Enauta reverte lucro e tem prejuízo. Veja o que fazer com a ação
A Enauta (ENAT3) reportou resultados abaixo das expectativas do mercado, com uma receita líquida crescendo +32% e atingindo R$ 554 milhões no 2T24, mas com um Ebitdax apresentando queda de -8% na comparação anual, totalizando R$ 293 milhões.
Além disso, a petroleira registrou um prejuízo de R$ -219 milhões no trimestre, revertendo o lucro líquido de R$ 41 milhões no mesmo período de 2023.
Destaques resultados 2T24 da Enauta (ENAT3)
No 2T24, a Enauta registrou uma produção de 13,8 mil barris diários, tendo sido impactada por 27 dias de manutenção em seu principal ativo, o campo de Atlanta.
Ainda assim, a receita totalizou R$ 554 milhões, alta de +32%. Contudo, mesmo com um lifting cost (custo de extração) menor, de US$ 23 por barril (vs. US$ 35 no 2T23), outros custos operacionais puxaram o Ebitdax para baixo, totalizando R$ 293 milhões (-8%).
Vale destacar que o Ebitdax é, basicamente, o Ebitda (métrica de potencial geração de caixa operacional) de empresas que atuam no ramo de exploração de petróleo.
Considerando um resultado financeiro líquido negativo em R$ -310 milhões (principalmente por despesas com derivativos, sem efeito caixa), a Enauta apresentou um prejuízo de R$ -219 milhões no trimestre, revertendo um lucro líquido de R$ 41 milhões no 2T23.
Por fim, a companhia registrou um fluxo de caixa livre positivo de R$ 244 milhões (vs. R$ -124 milhões no 2T23) e manteve um índice de alavancagem (dívida líquida/Ebitdax) controlado em apenas 0,8x.
O que esperar de Enauta em 2024?
Assim como outras petroleiras brasileiras, a Enauta vem focando em aprimorar suas operações e resultados.
A companhia está em processo de troca de seu FPSO (embarcação responsável pela produção e transporte do óleo), que contribuirá para melhorar sua eficiência operacional e aumentar sua produção futura.
Contudo, a principal notícia para a Enauta não poderia ser outra: a fusão com a 3R Petroleum, que será concluída no dia 1º de agosto de 2024, quando suas ações deixarão de ser negociadas na bolsa de valores brasileira.
A fusão combinará os ativos marítimos da Enauta (Atlanta e Manati) aos ativos terrestres e marítimos da 3R (Potiguar, Papa-terra, entre outros) e contribuirá para que a produção da empresa combinada atinja mais de 100 mil barris diários já em 2025.
A tendência é que, nos próximos anos, a nova empresa também reduza seus custos de extração e entregue uma melhor eficiência. Além disso, com uma estrutura de capital adequada, a alavancagem da empresa deverá se manter em níveis controlados.
O que é a Enauta?
A Enauta é uma empresa brasileira de exploração e produção de petróleo e gás natural.
Fundada em 2010 como parte do Grupo Queiroz Galvão, a Enauta inicialmente focou em operações offshore no Brasil. Com o tempo, a empresa se consolidou como uma das principais operadoras independentes do setor no país.
Entre seus ativos mais notáveis estão os campos de Atlanta e Manati, que são fundamentais para a produção de petróleo e gás da empresa. A Enauta ainda destaca-se por sua estratégia de desenvolvimento sustentável e foco na segurança operacional.
Vale a pena ter a ação da Enauta?
Como as ações da Enauta (ENAT3) deixarão de ser negociadas na Bolsa brasileira nesta quarta-feira, 31 de julho de 2024, segundo o cronograma de combinação de negócios com a 3R Petroleum (RRRP3) , não temos recomendação de compra para ENAT3.
Para os investidores que quiserem continuar sendo acionistas da empresa (ainda que indiretamente), recomendamos a compra de RRRP3.
Contudo, outras petroleiras, como PRIO (PRIO3) e PetroReconcavo (RECV3), também são boas oportunidades neste momento.
Como faço para comprar ações da Enauta?
Para investir nas ações da Enauta é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker ENAT3.
Vale reforçar, novamente, que, a partir do dia 1º de agosto de 2024, as ações da empresa deixarão de ser negociadas na B3 após a conclusão da fusão com a 3R Petroleum.