É hora de proteger seu patrimônio
Após passar anos e anos cantando aos sete ventos que investir em boas empresas tem o potencial de alavancar seu patrimônio, me vejo no dever moral de soar um alerta.
Chegou a hora de mudar o discurso.
O Brasil está em declínio
Os ataques recentes do presidente Lula ao Banco Central deixaram claro: a racionalidade econômica passa longe do pensamento de quem governa o Brasil hoje.
Infelizmente, o caminho econômico escolhido pelo novo governo nos fará andar para trás.
Não temos um plano econômico. Temos promessas feitas em palanque sem qualquer preocupação com a realidade dos fatos.
Estamos escutando as mesmas ideias que tivemos no governo Lula 2 e Dilma (após Palocci sair do governo e Mantega assumir como ministro da Fazenda). O mesmo plano econômico que causou a pior crise da história do país.
Este é o resultado:
Proteja seu patrimônio. Cuidado.
Vamos aos fatos
Com dívida/PIB de 73%, aprovamos um aumento de gastos em R$ 200 bilhões.
O plano de redução do déficit vem com aumento de receitas (mais impostos, mais gastos de um governo que gasta muito e muito mal).
Acabamos com o teto de gastos e ainda não apresentamos o novo arcabouço fiscal.
Estamos rediscutindo a reforma trabalhista.
O BNDES deverá voltar a emprestar a juros baixos (dificulta o trabalho do Banco Central).
Estamos rediscutindo a Lei das Estatais (para abrigar mais políticos em cargos públicos?).
Estamos falando em reestatização de empresas, da Eletrobras (ELET6) – não para melhorar ou baratear serviços, mas sim por ideologia (ou mais cargos públicos?).
Estamos atacando o Banco Central e os juros altos antes de discutir como voltaremos a ter superávit fiscal.
E ainda tivemos a "ajudinha" do STF.
O Brasil está em declínio.
A “única bala de prata”
Para contrabalancear todo o retrocesso, temos apenas uma "bala de prata".
Uma reforma tributária é importantíssima, mas não é uma bala de prata para tirar a economia do atoleiro.
Mesmo que consigamos aprovar a melhor reforma tributária possível, como qualquer reforma, ela levará tempo (anos) para ter impacto econômico.
Só ela não é capaz de levar o Brasil para frente.
O ataque ao Banco Central
Tem o potencial de levar o Brasil a um cenário de tragédia econômica.
A Turquia e a Argentina implementaram o que estamos discutindo atualmente. Aumentar a meta de inflação com o objetivo de reduzir a taxa de juros.
Nos dois casos, o resultado foi desastroso. Os gráficos deixam bem claro.
Uma mudança nas metas de inflação em um governo que gasta demais e não consegue dar credibilidade ao mercado faz as expectativas de inflação subirem forte e a moeda se desvalorizar rapidamente.
Hoje parece impossível, improvável, mas estamos mexendo com toda a base de nossa economia.
Podemos estar trilhando o mesmo caminho da Argentina.
A bolsa está extremamente barata
Olhando para a enorme geração de valor de algumas das melhores empresas do país, eu normalmente sou bastante otimista.
Mas o caminho que estamos trilhando, como na Argentina, pode destruir a capacidade de geração de valor de TODAS as empresas que atuam no Brasil.
Nossa bolsa está extremamente barata, negociando nos menores múltiplos históricos.
Mas isso pode mudar se a economia afunda e os resultados das empresas caem drasticamente.
E a pergunta que mais me faço é: quando a economia começar a afundar ainda mais com essa política econômica de gastos e os ataques às instituições, o governo Lula vai mudar de estratégia?
Dilma tentou mudar, mas foi tarde demais.
Ideias que já não deram certo no Brasil
Até o resultado do segundo turno das eleições, eu achava que sim: Lula seria pragmático e implementaria um governo à la Lula 1 segurando gastos públicos.
No entanto, o que vemos é o oposto. As ideias são de Lula 2 e Dilma – que estão bastante claras no plano desse governo (não posso afirmar que "eu não sabia").
Concordo com Henrique Meirelles.
As ideias econômicas que estão sendo implementadas já não deram certo em dezenas de países pelo mundo e não deram certo no Brasil.
Compre dólar
O CDI a 13,75% ao ano é interessantíssimo, mas os ataques ao Banco Central podem tirar sua capacidade de defender nossa moeda.
Pense na Turquia e na Argentina (a moeda perde valor).
Não é hora de tentar ser herói ou acertar o cenário. É hora de proteger seu patrimônio. Tenha parte relevante de seu patrimônio em moeda forte.
Eu, junto ao ANTI-Trader, aumentei drasticamente nossa exposição a empresas exportadoras (dolarizadas).
Mas, dado o cenário, queremos mais. Vamos buscar exposição direta no exterior em moeda forte.
O Brasil está em declínio. Proteja seu patrimônio.
Junte-se a nós.