DOLA11: ETF que replica performance do dólar vale a pena agora?
ETF DOLA11 pode ser uma alternativa para internacionalizar parte da sua carteira de investimentos em meio a guerra comercial entre EUA e China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs ontem tarifas de até 125% sobre produtos chineses, enquanto a China respondeu com retaliações de até 84%, gerando um ambiente global de forte volatilidade nos mercados.
Quer entender como esses movimentos impactam seus investimentos? Continue a leitura.
Pausa em tarifas, menos para China
No chamado “Liberation Day”, em 2 de abril de 2025, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de pelo menos 10% sobre todas as importações de várias nações, com taxas mais elevadas para países com os quais os EUA possuem déficits comerciais significativos, como a China, que enfrentou tarifas de 34%, além dos 20% já anunciados anteriormente.
Em resposta, a China retaliou com tarifas de 34% sobre produtos americanos, que, posteriormente, subiram para 84%.
Com o não recuo da China na retaliação aos EUA, Trump anunciou um aumento das tarifas para a China, que agora passarão a somar incríveis 125%. Vale lembrar que, além desses 125%, o país asiático também sofrerá os efeitos das tarifas de 25% sobre alumínio e aço, sendo o maior produtor mundial desse último.
O cenário está tão volátil que, mesmo após negar uma pausa nas tarifas de importação no início desta semana, na terça-feira, 9, Trump anunciou uma interrupção de 90 dias na cobrança de tarifas recíprocas aos países, mas com um grande porém: esse intervalo não vale para a China. Não satisfeito, Trump ainda anunciou um novo aumento para 125% nas tarifas contra a China.
Ufa! Muitas informações? Eu entendo, também não está sendo nada fácil para nós, analistas, nestes últimos dias, o que vem fazendo com que a gente quebre a cabeça e discuta até tarde da noite.
A palavra que resume tudo isso é: volatilidade.
Volatilidade nas tarifas, no humor de Trump, nos anúncios de pausa, nas retaliações e, consequentemente, nos preços dos ativos.
Em meio a essa volatilidade, gostaríamos de te apresentar um ETF chamado DOLA11, que pode ficar no radar dos investidores.
Um ETF que pode blindar sua carteira
O DOLA11 é um ETF (Exchange-Traded Fund) lançado pela BB Asset que busca replicar a variação do dólar americano em relação ao real.
Os ETFs são fundos de investimento negociados em bolsa que têm como objetivo acompanhar o desempenho de um índice de referência, permitindo aos investidores diversificar suas carteiras de forma prática e eficiente.
No caso do DOLA11, ele espelha o S&P/B3 Índice de Futuros de Taxa de Câmbio (SPBBUFT), que mede o desempenho de uma carteira hipotética composta por contratos futuros de dólar com rolagem mensal.
O funcionamento do DOLA11 se dá por meio da exposição a esses contratos futuros, com rolagem mensal para sempre manter uma posição atualizada. Isso significa que o investidor não está comprando diretamente dólares físicos nem ativos lastreados em reservas cambiais, mas sim participando da variação cambial via mercado futuro.
Por ser um ETF, ele é negociado no home broker de qualquer corretora, ou seja, você compra e vende como se fosse uma ação, na bolsa de valores.
Sendo assim, é uma maneira prática de ficar exposto ao dólar. No entanto, vale ressaltar que há a cobrança de uma taxa de administração de 0,40% ao ano.
Real: entre as melhores moedas do mundo no 1° trimestre
Desde o “Liberation Day” dos EUA, o mercado tem apresentado uma alta volatilidade, não só nas bolsas de valores ao redor do mundo, como também nos juros, moedas, commodities… praticamente tudo.
Apesar da acalorada discussão sobre a guerra comercial desde a posse de Trump, a moeda brasileira apresentou um dos melhores desempenhos do mundo no primeiro trimestre deste ano e o segundo melhor entre os emergentes, com uma valorização de 8,27%, com o dólar alcançando os patamares de R$ 5,70.

Entre os motivos que levaram a esse bom desempenho da moeda local esteve a desvalorização do dólar frente a diversos países.
No gráfico abaixo, essa queda do dólar no cenário mundial é representada pelo DXY, que reflete o desempenho do dólar contra uma cesta de moedas. Até março, o DXY caiu 3,94% no ano. Em abril, esse movimento de queda continuou e, até o dia 8, acumulava uma queda adicional de 1,20% no mês.
É necessário levar em consideração que o real havia enfrentado uma forte desvalorização de 21% em 2024, ficando entre as piores moedas do mundo, o que “facilitou” esse bom desempenho no início do ano, visto que a moeda já estava a um nível bem depreciado e as principais notícias negativas sobre o fiscal se concentraram no ano passado.

Real entre as piores moedas no começo de abril
No entanto, o mês de abril reservou uma dinâmica diferente. Com o anúncio da China de retaliação às tarifas americanas, houve uma escalada do temor do mercado sobre um possível cenário de desaceleração mais abrupta da atividade econômica mundial, não só dos EUA e da China.
Esse temor levou a um movimento de forte aversão ao risco por parte dos investidores, penalizando bolsas, commodities e moedas ao redor do mundo.
Com esse aumento de aversão ao risco dos investidores, as moedas de países emergentes sofreram um impacto negativo relevante. Dessa forma, após ter apresentado um bom desempenho no primeiro trimestre, nem mesmo o Brasil se livrou desses efeitos.
Em abril, até o dia 8, o real apresentou um dos piores desempenhos frente ao dólar, com o dólar voltando para os patamares em torno de R$ 6,00.

Apesar disso, o real ainda acumula uma alta de 2% no ano. O gráfico abaixo mostra o desempenho de diferentes moedas (eixo horizontal) e o retorno da taxa básica de juros de cada país (eixo vertical). O fato de o nosso juro estar em níveis bem elevados (um dos maiores do mundo) é um fator importante que faz com que a nossa moeda não esteja em níveis ainda mais depreciados.

DOLA11 vale a pena com a guerra comercial?
O fato de a economia brasileira ter juros elevados pode favorecer o desempenho do real em um cenário de pouco estresse no mercado doméstico. Nesse caso, o DOLA11 teria um mau desempenho, em razão da desvalorização do dólar frente ao real.
No entanto, devemos lembrar que, a partir do segundo semestre, devemos ter uma intensificação da discussão sobre a eleição presidencial de 2026. A depender dos candidatos, seus discursos e as pesquisas eleitorais, podemos ver uma nova volatilidade local.
Além disso, devemos continuar observando uma certa volatilidade vinda do mercado internacional em meio à continuidade da guerra comercial.
Ao mesmo tempo, é importante considerar que o real já voltou a um nível bem depreciado.
Ou seja, já deu para notar que a situação em que nos encontramos não é nada trivial, pois não temos como saber o que está por vir.
O que sabemos é que o real já está depreciado e, portanto, o custo de oportunidade em estar com uma carteira fortemente alocada em dólar, quando a Selic está pagando 14,25% ao ano, por exemplo, é alto. Se o dólar estivesse em torno de R$ 5,50, a assimetria para o DOLA11 seria maior.
Sendo assim, se você já tem uma parte da carteira dolarizada, comprar o DOLA11 neste momento não te trará grandes benefícios (a menos que o dólar vá para R$ 7,00 ou algo parecido. Não vejo isso acontecendo, mas, obviamente, a chance não é zero).
Por outro lado, se todo o seu patrimônio está posicionado no mercado doméstico, o DOLA11 pode ser uma alternativa para internacionalizar parte da sua carteira e trazer uma diversificação geográfica para o seu portfólio
Proteja seu patrimônio — antes que essa oportunidade acabe
Ter ativos dolarizados ou que gerem renda na moeda americana não é mais uma opção para quem quer segurança e performance: é uma necessidade.
Com a alta volatilidade do mercado local e as incertezas fiscais e políticas do Brasil, manter parte da sua carteira dolarizada é a melhor forma de preservar seu poder de compra e ampliar seus retornos no longo prazo. E o ETF DOLA11 é só o começo.
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Depois disso, o preço volta ao normal — e essa chance pode não voltar tão cedo. Invista como um profissional.