Dívida bruta no Brasil sobe pelo 14° mês seguido
De acordo com os dados disponibilizados pelo Banco Central, o déficit primário do setor público consolidado em agosto foi de R$ 21,4 bilhões, ante expectativas de déficit de R$ 21,5 bilhões.
Em agosto de 2023, o déficit primário havia sido de R$ 22,8 bilhões. Já no acumulado em 12 meses, o setor público acumula um déficit de R$ 256,3 bilhões.
A dívida bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais, subiu para 78,55% do PIB, ante 78,40% no mês anterior, subindo pelo 14° mês seguido. Em agosto de 2023, a dívida bruta estava em 73,19%.
Vale ressaltar que a dívida atual de 78,55% do PIB é o maior nível desde outubro de 2021 (79,51%).
O mercado segue com atenções em relação ao quadro fiscal brasileiro, tanto para os números recentemente apresentados, quanto para o orçamento de 2025, em que o governo apresentou projeções otimistas de arrecadação e despesas.
A atenção com o fiscal é, inclusive, uma das razões para termos entrado novamente em um ciclo de alta da Selic, com o risco fiscal elevando os prêmios de risco e sendo cada vez mais pontuado nos comunicados do Banco Central.
Em seu último comunicado, o Banco Central afirmou que “a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, têm impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.
Devemos acompanhar não só os números correntes sobre o fiscal, como também as sinalizações para os próximos anos, sinalizações estas que, por enquanto, não são muito animadoras.