Desempenho da Bolsa em 2023 aponta para rali de fim de ano?
Decepção atrás de decepção
Tivemos um belo rali na bolsa entre março e agosto que parecia nos dizer que "agora vai".
Mas o discurso duro do FED (o banco central americano) puxou os juros longos americanos para cima e derrubou as bolsas globais.
Todos os fundos foram “estopados” com a puxada dos juros futuros (americanos).
O consenso é: a bolsa está barata, negocia nos menores múltiplos da história, mas falta fluxo.
Estava todo mundo preparadinho para entrar mais forte e o FED jogou água no chopp dos fundos multimercados. O FED “estopou” geral.
Tanto que, hoje, vejo apenas dois grandes riscos para a nossa bolsa (e para o rali de fim de ano):
– juros de 10 anos americanos;
– risco fiscal brasileiro.
Assista vídeo do Bruce: porque o rali de fim de ano já começou
O FED queria mais juros
Quem causou essa alta dos juros de 10 anos americanos foi o FED.
É fácil perceber. Em 25 de setembro, tínhamos as manchetes muito mais duras ou hawkish (sinalizando mais altas de juro):
No entanto, mais recentemente, após a alta forte dos juros de 10 anos americanos, temos manchetes muito mais dovish (calmas):
Aqui, vale uma explicação mais técnica.
FED Funds vs. Juros futuros
O FED eleva ou reduz a SELIC americana (a taxa dos FED Funds), mas quem define os juros de longo prazo é o mercado.
No entanto, como as pessoas e empresas se financiam a uma taxa de juros longa (empréstimo de longo prazo), a taxa longa tem um enorme peso na contração das condições financeiras.
O FED subiu os juros de curto prazo (FED Funds), mas o juro longo não subia.
Então, o FED, esperto que só ele, decidiu "falar grosso".
E as taxas de juros de 10 anos subiram. Ponto para o FED.
Com as taxas mais altas, o FED pode retomar a tranquilidade (ser dovish com o mercado).
Os juros de 10 anos americanos podem voltar a se acalmar.
Lula e a mudança de discurso fiscal
Você lembra do discurso do presidente Lula em meados de janeiro e fevereiro?
Ele afirmava que deveria gastar com o social tudo o que gostaria e que não respeitaria nenhuma restrição de gastos.
Mas percebeu a mudança no discurso atual?
Se fosse para arrebentar as contas e repetir o que fez a Dilma, por que Lula mudaria o discurso?
Faz sentido voltar atrás no discurso ainda no primeiro ano de governo?
Mar calmo não faz bom marinheiro
A realidade se impôs. Lula percebeu que não pode gastar mais do que arrecada. Lula não é a Dilma que acelera até bater no muro.
Logo, mesmo sabendo que não podemos prever o futuro, já sabemos de muita coisa que acontecerá no Brasil em 2023 e 2024:
- O governo quer gastar.
- O Congresso gasta junto, mas sem subir impostos.
- O governo é forçado a segurar as despesas.
- O déficit não vai ser zero, mas perto.
- A economia fraca permite o corte de juros.
Teremos: governo gastão, economia no buraco e juros caindo, mas ainda altos.
Esse é o consenso. O Brasil nunca foi para amadores, por isso estamos nos menores múltiplos da história.
This is Brazil.
"Tudo no Brasil se resolve com uma canetada"
A frase acima é do bilionário da bolsa Luiz Alves Paes de Barros.
E, assim como Michel Temer (#saudades) resolveu a crise da Dilma com o teto de gastos, a reforma administrativa resolve os problemas fiscais do Brasil.
Se você duvida, lembre-se que a Câmara passou a reforma tributária (muito mais complexa) em questão de dias.
É difícil apostar contra…
Desempenho da Bolsa em 2023: rali de fim de ano vai acontecer?
Eu acho o plano do governo de gastar mais e aumentar impostos horroroso. De qualquer modo, ele é tão ruim que já está sendo abandonado no nascimento.
Vamos recapitular:
- IBOV no menor múltiplo da história.
- SELIC já está caindo.
- Lucros das empresas melhorando.
- Juros americanos se acalmando.
- Fiscal normalizando.
- Rali de fim de ano?
Ainda temos tempo. Normalmente, o rali de fim de ano começa do meio para o final de novembro.
Ainda dá tempo de encher a mão de ANTI-Trader.
Nosso portfólio está "prontinho da Silva". Só estamos esperando o próximo soluço do IBOV.
Enchendo o carrinho de empresas boas, que ficaram baratas demais nesse ciclo de queda.
Chegou a hora do ANTI-Trader.
Junte-se a nós.