A divisão dos resultados e a política colaborativa e de transparência estimulam o crescimento da cooperativa de crédito. Saiba mais neste post.

Nos últimos anos o mercado financeiro passou por mudanças significativas, especialmente, no setor bancário e de crédito. Muito se deve à tecnologia que possibilitou o surgimento dos bancos digitais e abriu espaço para o crescimento da cooperativa de crédito.

O modelo já existe há muitos anos, inicialmente ligados a serviços mais específicos como médico, transporte e agropecuário. O fato de serem autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central tem chamado a atenção de investidores como uma alternativa para diversificar a carteira.

Neste post trazemos as principais informações sobre as cooperativas de crédito e suas diferenças para corretoras e bancos. Continue lendo e veja quais são as vantagens e desvantagens de investir comparado a outros meios!

O que são cooperativas de crédito?

A cooperativa de crédito é uma instituição financeira composta por membros de associação livre, intitulados cooperados. Seu objetivo é prestar serviços financeiros de modo exclusivo a seus associados, ou seja, não sendo possível estender a terceiros que não façam parte da rede.

Como funcionam?

As cooperativas de crédito funcionam com a oferta de serviços diversos — empréstimos, financiamentos, conta-corrente, seguro, previdência privada, cartão de crédito, aplicações — aos associados que são, simultaneamente, donos e usuários.

Isso quer dizer que os cooperados têm igualdade no poder de voto e decisão, não importa a cota de participação individual. Eles são ativos na gestão e no uso dos produtos e serviços disponibilizados pela cooperativa.

A premissa básica do cooperativismo é não visar lucro e ter os direitos e deveres dos cooperados igualados, além da proposta livre e voluntária de associação.

Quais as diferenças para corretoras e bancos?

O primeiro ponto de diferença diz respeito ao lucro que se para as cooperativas ocupa um plano secundário, para os bancos e corretoras é razão de existência.

No modelo de gestão, enquanto as decisões dos bancos são tomadas pelos acionistas majoritários, na cooperativa todos decidem juntos sobre determinada pauta.

Já as corretoras de valores têm como principal função atuar como mediadoras na compra e venda de ativos. A negociação de ações e títulos públicos na Bolsa de Valores exige a contratação de uma corretora.

Tanto os preços quanto as taxas cobradas pelos bancos focam no lucro e, por isso, são mais elevadas comparados ao praticado pelas cooperativas.

Sem intenção de lucrar, uma instituição financeira cooperada consegue aplicar taxas bem menores nos mesmos serviços e produtos oferecidos na rede bancária.

Quais são os tipos de cooperativa de crédito?

Na Política Nacional de Cooperativismo sustentada pelo Artigo 6º da Lei de nº 5.764/1971, foi estabelecido o regime jurídicos das sociedades cooperativas. Com base nas características e princípios, o cooperativismo se dividiu em três tipos:

  • Singulares: É necessário um mínimo de 20 indivíduos, com a possibilidade de inclusão de entidades jurídicas envolvidas em atividades econômicas correlatas às de pessoas físicas ou organizações sem fins lucrativos.
  • Centrais ou federações de cooperativas: mínimo de três singulares filiadas, podendo, em casos excepcionais, admitir associados individuais;
  • Confederações de cooperativas centrais: pelo menos três cooperativas centrais ou federações de cooperativas, da mesma ou de diferentes modalidades.

Quais são as vantagens e desvantagens de investir por meio de cooperativas de crédito?

Qualquer um pode participar como cooperado, não existindo pré-requisito de aprovação se tratando de sexo, raça, credo ou classe social. De modo geral, o capital social inicial é de R$ 100,00, que o associado terá direito de retirar caso não queira mais fazer parte da cooperativa.

Esse capital pode ser aumentado com investimentos definidos pelo cooperado com o passar do tempo. Uma das vantagens é que o rendimento de uma cooperativa é maior do que o dos bancos, exemplo disso, é o depósito a prazo, com data de liberação dos recursos aplicados.

Nele a cooperativa se compromete a guardar os fundos aplicados e, em contrapartida, oferece ao cooperado uma remuneração futura. Um recibo é emitido para confirmar o crédito e os juros a que o investidor terá direito.

Os depósitos realizados em uma cooperativa de crédito são protegidos pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). São duas as modalidades mais comuns de investimento por meio de uma cooperativa de crédito:

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

O CDB é um título emitido pela instituição com informações de depósito a prazo com remuneração que pode ser prefixada ou pós-fixada. A liquidez diária permite que o investidor resgate o valor investido a qualquer momento e até mesmo transfira o título para terceiros.

Recibo de Depósito Bancário (RDB)

Embora a finalidade e características sejam as mesmas, ao contrário do CDB, o RDB é intransferível e o resgate só pode ser feito na data de vencimento, ou seja, é obrigatório um prazo mínimo de aplicação.

Ao longo do exercício a cooperativa de crédito mantém um fundo de reserva e ao final dele, com um resultado positivo, a chamada sobra, os ganhos são divididos entre os cooperados, proporcional ao investimento de cada associado.

No entanto, caso a cooperativa feche com um resultado negativo, as eventuais perdas são rateadas entre todos os cooperados seguindo a mesma lógica. Portanto, o maior risco de uma cooperativa é que diante de um cenário de prejuízo os participantes serão diretamente afetados.

As cooperativas de crédito oferecem boas oportunidades de retorno a partir do lucro, o que acontece nos bancos e corretoras.

Os riscos são basicamente os mesmos; por isso, é fundamental atentar para a segurança do tipo de investimento, com preferência para os que possuem garantias efetivas.

Fazendo uma comparação de alternativas, as corretoras e bancos possuem um leque maior de ativos, o que dá ao investidor melhores possibilidades de diversificar a carteira.

Vale dizer, que os bancos estão passando por um período de transformação e alguns deles não têm resistido à concorrência desses novos formatos.

No canal da Nord Research do Youtube, nossa Analista de Renda Fixa e Mestre em Economia, Marilia Fontes mostra como recuperar o dinheiro investido caso a instituição decrete falência.

A escolha de uma cooperativa de crédito vai depender do seu perfil de investidor e objetivos de médio a longo prazo. É preciso avaliar os prós e contras, considerando o status de cliente investindo por uma corretora ou banco e a responsabilidade do dono ao se associar a uma cooperativa.

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Resumindo

O que são cooperativas de crédito?

São instituições financeiras formadas por pessoas de associação livre, intitulados cooperados, que têm por objetivo prestar serviços financeiros de modo exclusivo a seus associados, sem fins lucrativos.

Quais são os tipos de cooperativa de crédito?

Com base nas características e princípios estabelecidos no Artigo 6º da Lei de nº 5.764/1971 as cooperativas se dividem em Singulares, Centrais ou Federações de cooperativas, Confederações de cooperativas centrais.