A Petrobras está em um momento de transformação em sua governança, com a saída do presidente do conselho, Pietro Mendes, para assumir um cargo na Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Após negociação com senadores, o governo deve recuar da indicação de Pietro Mendes, secretário do Ministério de Minas e Energia e atual presidente do conselho de administração da Petrobras, para a diretoria-geral da ANP. Segundo apurou a Folha, o governo federal vai abraçar a indicação do senador Otto Alencar (PSD-BA) e enviar o nome de Artur Watt Neto, procurador da Advocacia-Geral da União (AGU), para o cargo de diretor-geral da ANP.

O que está acontecendo com o conselho da Petrobras?

Recentemente, a Petrobras anunciou que Pietro Adamo Sampaio Mendes, presidente do Conselho de Administração, foi indicado pelo Ministério de Minas e Energia para ocupar uma posição na ANP. A indicação precisa passar por diversas etapas, como aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sabatina no Senado e nomeação oficial. Até lá, Mendes permanece no cargo.

Esse processo também inclui a substituição de Mendes no conselho da Petrobras. O economista Bruno Moretti, que atua como secretário de Assuntos Governamentais na Casa Civil, é um dos nomes mais cotados para assumir o posto.

Impactos no mercado financeiro

A saída de Pietro Mendes e a possível nomeação de Bruno Moretti geraram volatilidade nas ações da Petrobras (PETR3 e PETR4). No dia do anúncio, as ações da estatal fecharam em queda de 0,96% (PETR3) e 0,63% (PETR4), refletindo a cautela dos investidores diante das mudanças no comando da empresa.

O que as mudanças representam para a governança da Petrobras?

A saída de Pietro Mendes levanta questões sobre governança corporativa. A atual gestão da Petrobras já enfrentou críticas por conflitos de interesse, uma vez que Mendes acumulava funções no Ministério de Minas e Energia e na presidência do conselho da estatal.

A possível indicação de Bruno Moretti, ligado à Casa Civil e ao governo, reforça a influência política na estatal. Isso preocupa alguns analistas, que veem risco de interferência nas decisões estratégicas e na política de dividendos da empresa.

A Petrobras continuará atrativa para investidores?

Apesar das mudanças, a Petrobras mantém pilares importantes em sua estratégia, como a política de preços e a distribuição de dividendos. Por outro lado, a influência política crescente pode trazer mais incertezas para investidores no médio e longo prazo, especialmente em relação a decisões estratégicas e alocação de capital.

No momento, não recomendamos compra para as ações da companhia.