O hábito de investir em imóveis faz parte da cultura do brasileiro. Todos nós temos alguém muito próximo que possui ou vislumbra ter imóveis com a finalidade de alugá-los para complemento de renda.

Não preciso ir muito longe para encontrar um exemplo pessoal: a minha família.

Assim como boa parte da geração de brasileiros que enfrentou períodos de grande instabilidade econômica, meus pais viram nos imóveis físicos uma boa forma de proteção de seu patrimônio contra a hiperinflação que atingiu o Brasil entre os anos 1980 e início da década de 1990.

Passados muitos anos desde a estabilização da nossa moeda, foi delegada a mim a tarefa de gerenciar alguns imóveis remanescentes da família, o que sempre me levava a me questionar:

"Será que a aquisição direta de imóveis para investimento é a melhor forma do pequeno investidor se expor ao setor imobiliário?"

Note que me refiro à aquisição de imóveis para investimento, e não para moradia ou lazer. Por envolver outras questões, essa discussão exigiria um texto à parte.

De qualquer forma, compartilharei com você algumas impressões que tenho extraído da minha atual experiência e apontarei para uma alternativa que, ao meu ver, é a mais vantajosa para o pequeno investidor.

Investindo diretamente em imóveis físicos

Apesar de ser uma forma de investimento muito popular, comprar e administrar diretamente imóveis para geração de renda ou ganho de capital não é uma tarefa simples.

Para começar, exige uma quantia elevada de dinheiro — o que, em muitos casos, leva o pequeno investidor a concentrar demais o seu patrimônio em poucos ativos e/ou em localidades muito específicas.

Sem falar no trabalho que temos para encontrar um imóvel que se encaixe em nossas pretensões e, em seguida, transferi-lo para o nosso nome. É preciso levantar todos os tipos de certidões e documentos inimagináveis. Uma burocracia sem fim. E, ainda, existem todos aqueles custos elevados que envolvem a transação de compra, como taxas, impostos e comissões.

E se depois de todo esse processo o imóvel exigir reforma, então fica ainda mais caro…

Número de Investidores de Fundos Imobiliários. Fonte: B3.

Mas não se engane, assim como todo tipo de investimento, FIIs estão sujeitos a diversos tipos de riscos, que tornam seus retornos incertos. Por isso, é preciso saber avaliar muito bem em quais fundos vale a pena investir ou não.

Na próxima semana falarei um pouco mais sobre esses riscos e sobre o que é importante para o investidor observar antes de investir em um FII.

Um abraço e até a próxima!