Nord Insider

Nesta quarta-feira, 07, os mercados mundiais amanhecem em baixa, em meio ao aumento das incertezas sobre a direção dos juros nos Estados Unidos e mais rumores sobre uma recessão iminente.

No Brasil, as atenções estão voltadas para a PEC da Transição, que será votada no Senado hoje, após o texto ter sofrido uma alteração ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Na agenda econômica, sai o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro e a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) para a taxa básica de juros do Brasil, que será anunciada a partir das 18h30. Nos Estados Unidos, destaque para   a variação da produtividade do trabalho do setor empresarial não-agrícola do terceiro trimestre e para a atualização dos estoques de petróleo do país referentes à semana terminada em 2 de dezembro.

Principais assuntos de hoje

  • Dividendos: datas de corte das empresas em dezembro;
  • Ações de mineradoras e siderúrgicas recuam com China.

Dividendos: veja as datas de corte das empresas em dezembro

Estamos oficialmente no período de distribuição de panetones, mas entre as opções para presentes, o que todo acionista prefere é receber dividendos.

Segundo levantamento da InfoMoney, com base em informações enviadas pelas companhias de capital aberto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 16 empresas da B3 têm “Data-Com” – ou datas de corte – programadas para dezembro.

Empresas como Raízen (RAIZ4), Suzano (SUZB3) e Banco do Brasil (BBAS3) são algumas das que remuneram os acionistas ao longo deste mês.

A grande pagadora do mês é a Suzano (SUZB3), que fará uma distribuição de dividendos intercalares no montante de R$ 2,350 bilhões, equivalente a R$ 1,795 por ação.

Como saber a data de corte do pagamento de dividendos?

Ao divulgar os comunicados de pagamentos de proventos, as companhias definem a “Data-Com”, a “Data-Ex” e a “Data Pagamento”.

O analista de ações da Nord Research, Guilherme Tiglia, explica que se o investidor quer receber os proventos de uma determinada empresa, precisa comprar e/ou manter as ações até a Data-Com.

Exemplo na prática:

Suponhamos que a Data-Com é no dia 12/12 e você ainda não tem as ações de uma certa empresa que vai fazer a distribuição de proventos. Comprando as ações até o dia 12/12, você terá direito a receber o provento em questão (lembrando que proventos podem ser distribuídos na forma de dividendos ou JCP, por exemplo).

Agora, se você já possui as ações dessa companhia, mesmo que não tenha efetuado nenhuma compra recentemente, terá direito aos proventos, pois faz parte da base acionária. Logo, na data base (12/12), você deve ver o dinheiro pingar na sua conta.

Se você, que quer se tornar acionista dessa empresa, acabar comprando, porventura, as ações no dia 13/12, exatamente um dia após a Data-Com, ou até mesmo alguns dias depois, terá direito ao recurso que estamos falando?

Para essa distribuição em específico, não. Para distribuições futuras, em se mantendo acionista, sim.

Dia 13/12, exatamente um dia após a Data-Com no caso, por definição, é a chamada Data-Ex, data em que ocorre o desconto no preço da ação proporcionalmente ao provento que ela está distribuindo.

Isto é, se as ações são negociadas a R$ 10,00 e a empresa está distribuindo um dividendo de R$ 1,00, elas amanhecem na Data-Ex sendo negociadas a R$ 9,00.

Dito isso, uma falha comum de quem está começando é comprar determinada ação apenas para receber o dividendo e depois vender. Ao cometer essa prática, o investidor fica com a falsa sensação de que está ganhando, mas temos que lembrar justamente do ajuste que comentamos acima.

Isso quer dizer que dividendos não geram valor? De forma alguma. O nosso analista explica que “ao receber o dinheiro dos dividendos, o investidor consegue comprar mais ações e, com mais ações, mais dividendos em distribuições futuras. É uma geração de valor que vai além da própria valorização das ações”.

Todo mundo gosta de ver mais dinheiro pingando na conta, não é mesmo?

Calendário de datas de corte em dezembro de 2022:

Quarta-feira (7 de dezembro)


Raia Drogasil (RADL3)

O que faz a empresa? Atua no segmento de comercialização e distribuição de medicamentos.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor total bruto: R$ 90 milhões

Valor por ação: R$ 0,055 por ação

Data de corte: 7 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 31 de maio de 2023

Raízen (RAIZ4)

O que faz a empresa? Segunda maior distribuidora de combustíveis do Brasil.

Tipo de provento: dividendos

Valor total bruto: R$ 918,800 milhões

Valor por ação: R$ 0,089 por ação

Data de corte: 7 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 15 de dezembro de 2022

Quinta-feira (8 de dezembro)

Ferbasa (FESA3); (FESA4)


O que faz a empresa? Atua na fabricação e comercialização de diversos tipos de ferro.

Tipo de provento: dividendos

Valor total bruto: R$ 38,600 milhões

Valor por ação FESA3: R$ 0,43 por ação

Valor por ação FESA4: R$ 0,47 por ação

Data de corte: 8 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 23 de dezembro de 2022

Ferbasa (FESA3); (FESA4)

O que faz a empresa? Atua na fabricação e comercialização de diversos tipos de ferro.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor total bruto: R$ 30,644 milhões

Valor por ação FESA3: R$ 0,43 por ação

Valor por ação FESA4: R$ 0,47 por ação

Data de corte: 8 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 23 de dezembro de 2022

Itaúsa (ITSA3); (ITSA4)

Parcela 1

O que faz a empresa? Holding brasileira de investimentos de capital aberto.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor total bruto: R$ 1,2 bilhão

Valor por ação ITSA3: R$ 0,14 por ação

Valor por ação ITSA4: R$ 0,14 por ação

Data de corte: 8 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 28 de abril de 2023

Itaúsa (ITSA3); (ITSA4)

Parcela 2

O que faz a empresa? Holding brasileira de investimentos de capital aberto.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor total bruto: R$ 367 milhões

Valor por ação ITSA3: R$ 0,044 por ação

Valor por ação ITSA4: R$ 0,044 por ação

Data de corte: 8 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 29 de dezembro de 2023

Itaú (ITUB3); (ITUB4)

O que faz a empresa? Maior banco brasileiro.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor por ação ITUB3: R$ 0,49 por ação

Valor por ação ITUB4: R$ 0,49 por ação

Data de corte: 8 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 28 de abril de 2023

Sexta-feira (9 de dezembro)

Cambuci (CAMB3)

O que faz a empresa? Fabricante de roupas, calçados e acessórios esportivos, dona das marcas Penalty e Stadium.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor total bruto: R$ 2,531 milhões

Valor por ação: R$ 0,060 por ação

Data de corte: 9 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 29 de dezembro de 2022

Segunda-feira (12 de dezembro)

Banco do Brasil (BBAS3)

O que faz a empresa? Um dos maiores conglomerados financeiros do Brasil.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor total bruto: R$ 985,986 milhões

Valor por ação: R$ 0,35 por ação

Data de corte: 12 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 29 de dezembro de 2022


Metisa (MTSA3; MTSA4)

O que faz a empresa? Atua no ramo metalúrgico, fabricante de acessórios ferroviários, peças para implementos agrícolas, entre outros.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor por ação MTSA3: R$ 0,60 por ação

Valor por ação MTSA4: R$ 0,66 por ação

Data de corte: 12 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 23 de junho de 2023


Vale (VALE3)

O que faz a empresa? Líder em exportações de minério de ferro a nível mundial.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor total bruto: R$ 1,319 bilhão

Valor por ação: R$ 0,29 por ação

Data de corte: 12 de dezembro de 2022

Data de pagamento: pendente deliberação

Sexta-feira (16 de dezembro)

Suzano (SUZB3)

O que faz a empresa? Produtora brasileira de papel e celulose.

Tipo de provento: dividendos

Valor total bruto: R$ 2,350 bilhões

Valor por ação: R$ 1,795 por ação

Data de corte: 16 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 27 de dezembro de 2022

Sexta-feira (30 de dezembro)

Banco Banestes (BEES3; BEES4)

O que faz a empresa? Banco múltiplo controlado pelo governo do Estado do Espírito Santo.

Tipo de provento: juros sobre capital próprio

Valor por ação BEES3: R$ 0,021 por ação

Valor por ação BEES4: R$ 0,021 por ação

Data de corte: 30 de dezembro de 2022

Data de pagamento: 1º de fevereiro de 2023

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Ações de mineradoras e siderúrgicas recuam com China

A desaceleração da China e a queda do minério de ferro têm afetado o setor de mineradoras e siderúrgicas, dadas as perspectivas de um ambiente macroeconômico desafiador.

Com esse cenário, companhias como a Vale (VALE3) acumulam uma queda de -8,6% desde o pico em março até o valor de fechamento de terça-feira, 6. No ano, a redução é de -5,13%.

Do lado das siderúrgicas, vemos que a ação da CSN (CSNA3) acumula queda de -33,5% no ano, enquanto a CSN Mineração (CMIN3) registra perdas de -30,5%.

Desaceleração na China

Fabiano Vaz, analista de ações da Nord Research, diz que “a queda dos preços do minério de ferro tem relação com a desaceleração da economia chinesa, prejudicada pelos bloqueios chineses para conter a Covid-19 e pela crise imobiliária, que estourou no ano passado com a Evergrande, o que reduziu a demanda de siderúrgicas chinesas pelo minério de ferro”.

Preços do minério de ferro


Com preocupações com bloqueios na China impactando a demanda por metais, segundo dados do Trading View e Operadore, os contratos futuros do minério de ferro em Cingapura variaram -1,94%, cotado a US$ 106,10 por tonelada nesta quarta-feira, 7. Na Bolsa de Dalian, o minério fechou em baixa de -1,92%, a US$ 109,59.

Por que isso é relevante?


Para as mineradoras, a demanda chinesa é a grande responsável pela movimentação dos preços dos minérios. No caso das siderúrgicas, a dinâmica é diferente, uma vez que o grande comprador de metais (especialmente aço e alumínio) dessas indústrias é o mercado brasileiro.

Vale ressaltar que, por se tratar de uma commodity, os preços praticados no Brasil são baseados nos preços internacionais.

Como acompanhar o setor


Os dados de atividade chinesa são termômetro para o desempenho das ações do setor de mineração e de siderurgia.

“Na China, o setor de construção é o grande consumidor das commodities metálicas. Por isso, o investidor deve estar muito atento a alguns indicadores, como: (i) estoque de minério e aço; (ii) dados do setor chinês de infraestrutura e imobiliário e (iii) investimentos em ativos fixos e produção industrial. Assim, é possível entender a dinâmica de resultados de curto e médio prazo. Para o longo prazo, recomendamos entender: (i) o crescimento da economia chinesa; (ii) a atuação do Estado na economia e suas políticas sociais e (iii) o comportamento da “nova” classe média chinesa”, disse o analista.

O que mais afeta o mercado?

Apesar de a China ser o principal driver para as commodities metálicas, o investidor também precisa se preocupar com o cenário global, pondera Vaz.

“No passado recente, poderíamos dizer com mais tranquilidade que a China conseguiria sustentar o crescimento do mundo sozinha, hoje provavelmente não. Estar atento a aspectos globais também é relevante, por exemplo, monitorar os impactos provocados de um lado pela pandemia da Covid-19 e de outro pela guerra na Ucrânia [que causou um choque de logística e escassez nas produções]”, conclui.

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