O Banco Master anunciou um aumento de capital de R$ 2 bilhões via aporte da Master Holding, visando expandir suas operações de varejo, especialmente por meio das instituições Credcesta e Will Bank.

Com esse aporte, o patrimônio líquido do banco passará de R$ 4,8 bilhões para R$ 6,8 bilhões, com a meta de atingir R$ 8 bilhões até o final do ano.

O Credcesta, focado em crédito consignado para servidores públicos, tem ampliado sua atuação para quase todo o país nos últimos três anos. Já o Will Bank, adquirido em fevereiro do ano passado, é um banco digital com 6 milhões de clientes, predominantemente no Nordeste. 

Banco Master quer expandir no varejo

O plano é expandir geograficamente e aumentar a base de clientes no varejo, oferecendo serviços como cartão de crédito e seguros. 

Nova sede concentra todas as operações

Recentemente, o Banco Master inaugurou uma nova sede na Rua Elvira Ferraz, na região da Faria Lima, em São Paulo, consolidando todas as suas operações em um edifício de 13 andares. Com essas iniciativas, o Banco Master busca fortalecer sua presença no mercado de varejo bancário e ampliar sua base de clientes em todo o Brasil.

Qual a situação atual do Banco Master?

No momento de publicação deste relatório, as demonstrações financeiras mais recentes disponíveis do Banco Master referiam-se ao período encerrado em junho de 2024, os comentários abaixo são referentes a este período.

Nos últimos anos, o Banco Master registrou um crescimento significativo, atingindo uma carteira de crédito de R$ 21 bilhões no primeiro semestre de 2024, um avanço de 81% em comparação ao mesmo período de 2023.

Com essa expansão, também houve um aumento na participação de créditos de maior risco (carteira D-H), que subiu de 5,7% ao final de 2023 para 7,4% no primeiro semestre de 2024.

A instituição continua a apresentar um lucro líquido crescente, alcançando R$ 501 milhões nos primeiros seis meses de 2024. No entanto, o ROE anualizado, embora ainda elevado, sofreu uma redução em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 33% para 25,3%.

Essa queda está associada ao crescimento do patrimônio líquido do banco, que aumentou de R$ 1,8 bilhão para R$ 4,2 bilhões.

O Índice de Basileia da instituição atingiu 11,7%, ampliando sua margem em relação ao mínimo regulatório de 10,5% exigido pelo Banco Central.

Apesar dos indicadores permanecerem em níveis sólidos, o perfil de risco da carteira de crédito do Banco Master merece atenção.

Diferentemente de muitos bancos de médio porte, cuja carteira é composta majoritariamente por empréstimos ao varejo e atacado, cerca de 34% da carteira do Banco Master é formada por títulos e créditos a receber.

Esses ativos incluem precatórios e direitos creditórios, predominantemente devidos pelo governo federal. É importante destacar que os precatórios são considerados investimentos arriscados devido à imprevisibilidade dos pagamentos. Mesmo precatórios de ações já transitadas em julgado podem ser contestados, tornando o risco jurídico um fator relevante.

Além disso, por serem classificados na categoria AA, esses ativos não entram na métrica da carteira D-H e não exigem provisionamento obrigatório.

Diante da relevância desses créditos na estrutura operacional do banco, preferimos evitar investimentos de renda fixa emitidos pelo Banco Master.