O resultado da Aura Minerals (AURA33) no 3T23 veio acima das nossas expectativas. A receita cresceu +36%, o Ebitda +80% e o lucro foi de US$ 7,7 milhões, uma alta de +10.983,6% (ou 110 vezes) em relação aos US$ 700 mil do 3T22. 

DRE de Aura Minerals (AURA33) no 3T23.

Resultados de Almas e preço do ouro

Os resultados de Aura foram impulsionados pelo aumento de produção compensado pela melhoria em Aranzazu, pelos primeiros resultados de Almas, bem como pelo crescimento no volume de vendas de todas as unidades de negócio.

O preço do ouro em alta também impactou o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de US$ 30 milhões no 3T23. 

Guidance 2023 revisado

O ponto negativo do 3T23 foi a revisão do guidance para 2023, com queda nos volumes de ~7% (intervalo médio). O principal fator para a redução do guidance para a produção se deu pelas maiores chuvas na mina de EPP (Mato Grosso), que provou o atraso nas operações.

A revisão no guidance, que pode ter desanimado o mercado e pressionado as ações, não é significante, uma vez que a produção que aconteceria no 3T23 será entregue no 4T23 e no 1T24.

Os planos de ouro da Aura 

O 3T23 foi de crescimento para Aura e marcou o início dos resultados financeiros da mineradora para dobrar a produção nos próximos anos. 

A Aura estima chegar à meta de 450 mil onças de produção até 2025 — aproximando a mineradora do patamar das grandes do setor.  

Na call de resultados, a companhia reforçou que o 4T23 será de forte produção, custos mais baixos e ganhos de margens.

Para os próximos trimestres, vamos monitorar a expansão da produção de Almas e o início da construção dos projetos de Borborema e Matupá, com a expectativa de iniciar as operações de em 2025.

Além dos projetos mencionados, a Aura segue em busca de novas oportunidades para mais do que dobrar sua produção nos próximos anos.

Participação na Altamira Gold

Na véspera, a companhia ainda comunicou um investimento inicial na Altamira Gold. Como a expertise da Aura não é exploração, a estratégia é iniciar aos poucos o investimento na Altamira, que possui três projetos em fase preliminar.

A partir dos avanços e da viabilidade dos projetos, a Aura pretende aumentar a sua participação na Altamira, podendo adquirir a sua totalidade no futuro.

Vale a pena comprar Aura (AURA33)?

Embora o mercado tenha reagido negativamente ao balanço de Aura Minerals, mantemos nossa visão positiva de que a companhia possui uma estrutura de capital saudável e capacidade para dobrar a sua produção.

Negociando a 4,7x Ebitda, recomendamos Compra para AURA33.

Ebitda de Aura Minerals (AURA33).
Fonte: Bloomberg

Onde fica a Aura Minerals? 

A Aura Minerals é uma mineradora de ouro e cobre canadense que opera em três países: Honduras, Brasil e México.

A companhia é listada na bolsa de Toronto, famosa pela concentração de mineradoras e, desde 2020, possui BDRs negociados na B3 sob o código de AURA33.

Negócios de Aura Minerals

Presente em cinco países e com quatro minas operando atualmente, a Aura é uma mineradora com foco na extração de ouro.

O ouro representa cerca de 77% da receita da companhia, que também produz cobre como subproduto na mina de Aranzazu e também pequenas quantidades de prata em outras minas.

Atualmente, a Aura possui quatro minas em operação:

  • Aranzazu: localizada no México, corresponde a 43% da receita atual.
  • San Andres: próxima da capital de Honduras, representa 30% da produção total.
  • EPP (Ernesto/Pau-a-pique): localizado em Mato Grosso, corresponde a 25% da produção total.
  • Almas: projeto no Tocantins, com expectativa de produção de 51 mil onças por ano.