A Aura Minerals (AURA33) reportou resultados acima das nossas expectativas, com uma receita líquida de US$ 156 milhões no 3T24, um crescimento de +41%, um Ebitda de US$ 78 milhões, alta de +160% e um lucro de US$ 43 milhões, aumento de +471%. Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior.

Destaques resultados 3T24 Aura Minerals (AURA33)

Os destaques do trimestre ficaram para a expansão da produção e das vendas, que foi impulsionada pelos preços recordes do ouro.

A mineradora alcançou uma produção de 68.246 GEO (onças equivalentes de ouro), um aumento de +5% na comparação anual. As vendas, por sua vez, cresceram +7% versus o 3T23.

 Resultados da Aura Minerals 3T24. Fonte: RI Aura Minerals

Além da expansão da produção e das vendas, a receita líquida foi impulsionada pela alta de +29% do preço médio realizado do ouro quando comparamos com o 3T23.

Do lado dos custos, o AISC (All in Sustaining Costs ou Custo de Produção), encerrou o trimestre em US$ 1.292/GEO, uma redução de -11%, refletindo a diluição dos custos com o aumento da produção. 

O Ebitda ficou em US$ 78 milhões diante do desempenho operacional e do bom controle das despesas, enquanto a margem Ebitda ficou em 50%, ante 27% no 3T23.

O lucro líquido ajustado da Aura totalizou US$ 43 milhões no trimestre, um crescimento de +471% na comparação anual. Considerando as despesas com hedge, que não tem efeito caixa, a companhia reportou um prejuízo de US$ 11,9 milhões, ante o lucro de US$ 7,7 milhões no 3T23.

A mineradora encerrou o trimestre com uma alavancagem (dívida líq./Ebitda) de 0,6x, uma redução na comparação com os 0,8x reportado no 2T24. 

Outro destaque foi a geração de caixa livre de US$ 66 milhões, um aumento de +358%, refletindo a maior geração de caixa operacional.

O que esperar de Aura Minerals (AURA33)?

Refletindo os avanços operacionais e o patamar do preço da sua commodity, a Aura está próxima de alcançar o guidance de produção de 2024 (244-292 GEO).

Totalizando 201 mil GEO produzidos nos primeiros 9 meses deste ano, a Aura entregou 75% do ponto médio do seu guidance de 268 mil onças de produção.

Considerando os resultados do 3T24, a Aura negocia a 4,6x Ebitda.

Vale ressaltar que, apesar da boa perspectiva de expansão da produção, a Aura está exposta ao preço do ouro. Na carteira Nord Deep Value, estamos acompanhando sua eficiência operacional e seu cronograma de entrega das novas minas.

Dividendos e JCP de Aura Minerals 

Após o balanço do 3T24, a Aura anunciou a alteração de sua política de dividendos para o pagamento trimestral. O cálculo dos dividendos trimestrais será um montante igual a 20% do seu Ebitda ajustado reportado no trimestre, menos o Capex de manutenção e de exploração. A nova política começa no 4T24, referente ao resultado deste 3T24. 

Além disso, a Aura aprovou o pagamento de um dividendo de US$ 0,24 por ação ordinária.

O dividendo será pago em dólares americanos em 2 de dezembro de 2024 com base na posição acionária do dia 15 de novembro de 2024.

Os acionistas detentores dos BDRs AURA33 (Brazilian Depositary Receipts) receberão US$ 0,08 por BDR e devem receber o pagamento até 18 de dezembro de 2024. Eles receberão o valor em reais, com base na taxa de câmbio de mercado, que será divulgada em um comunicado antes da data de pagamento.

Vale lembrar que o dividendo de BDRs são tributados se ultrapassar o valor de R$ 1.903,98 no mês, conforme a tabela progressiva do Imposto de Renda.

Qual o dividend yield de Aura Minerals (AURA33)?

O dividend yield de Aura (AURA33) dos últimos 12 meses é de 4,7%.

Quem é Aura Minerals?

A empresa foi fundada no Canadá, com o nome de Baldwin Consolidated Mines Limited, em 1949. Sem atividade operacional até 2006, a companhia mudou seu nome para Aura Gold Inc e realizou seu IPO na Bolsa de Valores de Toronto (TSX) e, neste mesmo ano, ela foi adquirida por um brasileiro que iniciou uma reestruturação.

Em 2020, a companhia lançou o IPO dos seus BDRs aqui no Brasil, visando se capitalizar e acelerar a expansão.

A Aura Minerals é uma mineradora de ouro e cobre canadense, com controladores e gestores brasileiros, com operações em três países: Honduras, Brasil e México.

Vale a pena comprar Aura Minerals (AURA33)?

Sim. A companhia está focada em mais do que dobrar a sua produção nos próximos anos. 

Além da mina de Almas, que iniciou sua operação no 3T23, a Aura deve iniciar a operação da mina de Borborema no 1T25, e de Matupá até o primeiro semestre de 2026.

A mineradora ainda anunciou recentemente a aquisição de uma mineradora com capital aberto no Canadá, que possui um projeto de ouro relevante.

Dada a perspectiva de aumento da produção e preço da commodity em patamares elevados, vemos as ações da Aura Minerals (AURA33) como uma boa oportunidade, negociando a 5x lucros e 2,6x Ebitda 2027. 

Como faço para comprar ações da Aura Minerals (AURA33)?

Para investir nas ações (BDR) da Aura é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker AURA33.

Reiteramos que, no momento, temos recomendação de COMPRA para as ações da companhia na carteira Nord Deep Value.