Assaí compra Extra do Pão de Açúcar; EDP Brasil ganha leilão; varejo; e IBC-Br
Na contramão do otimismo das bolsas americanas com indicadores e balanços corporativos positivos, o Índice Ibovespa recuou -0,24 por cento, aos 113.185 pontos, pressionado pelo risco fiscal de uma esperada prorrogação do Auxílio Emergencial e pela proximidade com o vencimento de opções sobre ações nesta sexta-feira (15).
Na agenda do dia, destaque para a divulgação do IGP-10 de outubro e do Índice de Atividade Econômica de agosto do Banco Central, o IBC-Br. Nos Estados Unidos, saem os dados de Vendas no Varejo de setembro.
GPA vende 71 lojas do Extra para o Assaí e deixa segmento de hipermercados
A bandeira Extra Hiper será descontinuada. A GPA (PCAR3), dona de um total de 103 pontos do Extra, desistiu de operar o modelo de hipermercados e informou que fechou a venda de 71 pontos comerciais do Extra que deverão ser operados pela rede de atacarejo Assaí (ASAI3).
De acordo com o fato relevante divulgado na quinta-feira (14), a operação de venda dos 71 pontos do Extra somou 5,2 bilhões de reais, dos quais 4 bilhões serão pagos pelo Assaí, de forma parcelada, entre dezembro deste ano e janeiro de 2024.
A GPA também informou a venda de 28 pontos para o Pão de Açúcar e Mercado Extra – metade para cada bandeira. Quatro lojas remanescentes deverão ser vendidas no mercado.
Foco em rentabilidade. Segundo Jorge Faiçal, presidente da GPA, “a transação representa uma oportunidade única de intensificar o foco e a aceleração da expansão dos negócios de maior rentabilidade da companhia por meio dos segmentos premium e de proximidade, notadamente com as bandeiras Pão de Açúcar, Minuto e Mercado Extra”, disse o executivo.
Adicionalmente, em outro memorando, a GPA acertou a venda de 17 imóveis por 1,2 bilhão de reais a um fundo de investimento imobiliário (FII) vinculado à empresa SucessPar. O negócio contou com a garantia do Assaí, que assegurará o pagamento caso o FII não cumpra o prazo acordado.
Hub de marketplaces vaza dados de e-commerces no Brasil
Uma falha de segurança no integrador de marketplaces HariExpress expôs mais de 1,75 bilhão de dados (610 GB) de clientes e lojistas cadastrados em sites de comércio eletrônico, segundo um relatório do SafetyDetectives, um grupo de pesquisadores que investigam vazamentos na internet.
Essa empresa é importante? A HariExpress é uma brasileira que presta serviços para vendedores que anunciam produtos em plataformas como Magazine Luiza, Mercado Livre, Shopee, Amazon e as do grupo Americanas (Americanas.com, Shoptime, Submarino e Soub!). Além disso, entre os parceiros da HariExpress também estão os Correios. Pouca coisa, né?
O que aconteceu? De acordo com o relatório, uma falha crítica no sistema da HariExpress, envolvendo uma má configuração do ElasticSearch, que é um mecanismo de pesquisa de código aberto, acabou deixando as chamadas PII (Informações de Identificação Pessoal, em português) abertas para acesso, disse a Safety Detectives.
Segundo reportagem do Valor Econômico, a empresa informou que está “apurando os fatos” com o setor de TI (tecnologia da informação) “para entender a magnitude do ocorrido”. “Estamos empenhados em esclarecer os fatos e corrigir as falhas expostas.”
As ações das empresas Magazine Luiza (MGLU3) fecharam em queda de -2,28 por cento (a 14,17 reais); Via Varejo (VIIA3) recuou -2,56 por cento (a 8,00 reais); e Méliuz (CASH3) terminou o pregão de ontem como a maior queda, com baixa de -4,42 por cento, a 5,19 reais.
Aparentemente, a notícia não fez preço no mercado. A desvalorização das ações ocorreu sem gatilhos específicos e no mesmo dia em que o Ibovespa variou -0,24 por cento, fechando em 113.185 pontos.
O que mais no cenário doméstico?
Setor de serviços do Brasil cresce 0,5 por cento em agosto
Novo motor de crescimento da economia. O volume do setor de serviços do Brasil cresceu 0,5 por cento em relação a julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quinta-feira (14). O resultado veio levemente acima das expectativas do mercado, que eram de 0,4 por cento.
A alta do mês foi puxada pelo avanço dos serviços de comunicação e informação (1,2 por cento), transportes, principalmente o de transporte aéreo (7,4 por cento), e serviços prestados às famílias (4,1 por cento) que, apesar das recentes altas, ainda operam em um nível bem abaixo do patamar pré-pandemia.
A relevância disso. Na leitura do analista de renda fixa Christopher Galvão, o crescimento do setor de serviços nos últimos meses é o que vem dando um pequeno fôlego para a nossa atividade. Ao observarmos outros dados em agosto, por exemplo, produção industrial e vendas no comércio varejista, vemos um recuo de 0,7 por cento e 3,1 por cento, respectivamente, enquanto serviços têm avançado com o processo de reabertura econômica no país.
Relevante agora
Por 1,977 bi, EDP arremata elétrica Celg T em leilão de privatização
A Energias do Brasil (ENBR3) arrematou a elétrica Celg Transmissão (Celg T), de Goiás, em leilão de privatização na quinta-feira (14), com uma oferta de 1,977 bilhão de reais pelo ativo, com ágio de 80,10 por cento ante o mínimo previsto de 1,097 bilhão de reais.
Segundo informações do Valor Econômico, a oferta da EDP bateu outras três concorrentes na disputa. A Cymi Construções e Participações ofertou 1,60 bilhão de reais, ágio de 45,76 por cento; a MEZ Energia deu um lance de 1,53 bilhão de reais, ágio de 39,84 por cento; e a ISA Cteep ofereceu 1,504 bilhão de reais, ágio de 37,01 por cento.
Em breve análise, o analista de ações Guilherme Tiglia considera que o ágio elevado pode ser um ponto de atenção no sentido de diminuir a rentabilidade da aquisição. Apesar desse detalhe, o valor pago no arremate, em relação à RAP da Celg T, ainda parece fazer sentido.
O mercado reagiu indiferente à notícia e os papéis da EDP fecharam em queda de -0,68 por cento, a 18,97 reais.