Nord Insider


Nesta quarta-feira, 31, os mercados em Nova York operavam mistos caminhando para uma queda mensal. Receios sobre a economia voltam a assombrar os investidores à medida que os bancos centrais aumentam as taxas de juros ao redor do mundo.

Na agenda econômica, destaques para a divulgação do Índice de Confiança Empresarial de agosto, a PNAD Contínua de julho e as relações entre as dívidas líquida e bruta da União e o Produto Interno Bruto, referentes aos meses de junho e julho. Nos Estados Unidos, sai a variação de empregos privados ADP não-agrícolas de junho a agosto e a atualização semanal dos estoques de petróleo do país.

Principais assuntos de hoje

  • As maiores pagadoras de dividendos em 12 meses;
  • Agrupamento de ações da Oi (OIBR3).

As 10 maiores pagadoras de dividendos; veja se você deve comprar estas ações


Como amplamente esperado, a Petrobras (PETR3; PETR4) lidera a lista das maiores pagadoras de dividendos nos últimos 12 meses. A petroleira é seguida pela Celgpar (GPAR3), de energia elétrica, e Bradespar (BRAP4), empresa de investimentos.

Em qual delas você investe?

O levantamento foi feito pela Nord Research com base no Dividend Yield (DY), um indicador que mostra a relação entre os dividendos pagos e o preço atual da ação.

No caso da Petrobras, esse índice ficou em 49,47% para as ações PN e 44,42% para as ações ON. A Celgpar, por sua vez, possui um Dividend Yield de 39,67%. Já a Bradespar tem um DY de 33%.

Veja o ranking completo:

Setores das maiores pagadoras de dividendos da bolsa

As maiores pagadoras de dividendos da bolsa brasileira estão concentradas em setores mais resilientes em momentos de turbulência de mercado. Em geral, atuam em cinco segmentos: bancos, energia, seguros, saneamento e telecomunicações.

Segundo o analista da Nord Research, Guilherme Tiglia, responsável pela carteira Nord Dividendos, empresas desses setores apresentam um comportamento mais resiliente em tempos adversos, como em uma crise econômica, além de serem atreladas a serviços básicos e essenciais, como energia e saneamento. “Você deixa de comprar uma camiseta nova, mas não deixa de pagar a conta de água e luz”, disse o analista.

O analista adverte que existem exceções, mas que muitas empresas que dependem de commodities, por exemplo, apresentaram uma distribuição de dividendos fantástica. Isso porque os preços em alta das commodities melhoraram (e muito) os resultados e aumentaram a geração de caixa dessas companhias — tendo também impacto positivo sobre os dividendos.

Nesses casos, de dividendos muito elevados, é sempre muito importante olhar para a sustentabilidade do dividendo (ou seja, analisar se o dividendo é recorrente ou se partiu de uma distribuição atípica que pode não se repetir no futuro), recomenda o analista.

Fim do ciclo de alta da Selic e os dividendos


O Banco Central do Brasil (BCB) se prepara para o fim do ciclo de alta nas taxas de juros, com essa ideia sendo reforçada pela última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e pela expectativa do BC de que a atividade deve desacelerar nos próximos trimestres à medida que os efeitos defasados da política monetária se fizerem mais presentes.

Por outro lado, o analista de renda fixa da Nord Research, Christopher Galvão, ressalta que os dados de atividade surpreenderam para cima, especialmente pelo lado do mercado de trabalho, além da inflação de serviços ainda estar se mostrando pressionada, fatores que podem jogar dificuldade para a desaceleração da inflação para as metas dos próximos anos. Algo para ficar de olho.

Com esse cenário, Tiglia vê uma relação de retorno com dividendos, que volta a ficar mais interessante quando comparamos com a taxa básica de juros. “Com a Selic mais baixa, veremos mais empresas entregando um retorno com dividendos acima do patamar da Selic.  Além disso, uma menor taxa de juros traz menos pressão para o custo financeiro, o que é positivo para a lucratividade das empresas e, consequentemente, para os dividendos, uma vez que os dividendos são um pedacinho do lucro”, explica o analista.

Devo investir nas campeãs de dividendos?

Uma boa forma de entender é pensar em um esporte como o Hipismo. Você apostaria todas as fichas em um cavalo que teve ótimos resultados no passado ou buscaria visualizar rentabilidade e sustentabilidade a longo prazo?

É comum que muitas pessoas que estão buscando uma distribuição de dividendos relevante invistam nas maiores pagadoras de dividendos.

Porém, para ter sucesso na renda passiva, é muito importante que você saiba o que está fazendo.

Nem sempre o dividendo mais alto é o melhor dividendo.

O nosso analista explica que é necessário analisar se o dividendo é recorrente ou se partiu de uma distribuição atípica, que pode não se repetir no futuro. Se esse for o caso e você tiver comprado as ações apenas por conta de um dividendo muito alto e anormal, tenha em mente que o risco daquele retorno não se repetir existe.

Apesar de o dividendo ser o critério principal para a seleção de empresas da carteira Nord Dividendos, não compramos uma ação apenas por esse critério, mas também consideramos outros fatores, quantitativos e qualitativos.

De acordo com o nosso analista, antes de investir é preciso entender:

  • como é feita a alocação de capital;
  • gestão da companhia;
  • características do balanço (sólido, apresenta crescimento/consistência no resultado etc.);
  • geração de caixa e, por fim,
  • confronto dos múltiplos frente à média histórica para identificar oportunidades (se está ou não está barato).

Oi vai propor grupamento de ações para voltar a negociar acima de R$ 1

A Oi (OIBR3) anunciou que vai encaminhar ao Conselho de Administração da companhia uma proposta de grupamento de ações para que os papéis saiam da casa dos centavos, conforme determina a B3.

De acordo com as normas da operadora da bolsa brasileira, uma ação não pode passar mais do que 30 pregões cotada abaixo de R$ 1.

As ações ordinárias da Oi, atualmente cotadas a R$ 0,53, estão abaixo de R$ 1 desde fevereiro deste ano.

No entanto, diante das transações de vendas de ativos pela companhia em meio a seu processo de recuperação judicial, a B3 aceitou o pedido de suspensão temporária da regra. O período de suspensão foi encerrado em junho.

Prazo para reenquadrar cotação à regra


A Oi tem até amanhã, 1º/09, para divulgar um plano para regularizar a situação.

Depois, a proposta deve ser avalizada pelos acionistas em assembleia extraordinária a ser convocada e realizada ainda neste ano.

O prazo para se enquadrar na regra de penny stock é até 17 de fevereiro de 2023 ou a primeira assembleia geral de acionistas convocada após a notificação, o que ocorrer antes.

Para Fabiano Vaz, analista responsável pela cobertura do ativo na Nord Research, dependendo do fator de grupamento, isso pode ajudar a reduzir a alta volatilidade dos papéis, porém nada muda em relação aos fundamentos da empresa.

“A companhia segue precisando fazer investimentos e ainda não consegue gerar caixa”, pontua o analista.

O que falta para o fim da recuperação judicial?

A Oi entrou em recuperação judicial em 2016, no Tribunal de Justiça do Rio, depois de acumular dívida bruta de R$ 64 bilhões com 55 mil credores.

Em abril deste ano, a tele deu um importante passo no seu plano de recuperação judicial, que foi a conclusão do processo de venda dos ativos móveis da companhia para as concorrentes TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro, pelo preço ajustado de R$ 15,922 bilhões.

Ao executar o pacote de desinvestimento, a companhia quitou todas as dívidas novas que foram feitas, inclusive a que tinha com o BNDES, um dos maiores credores.

O nosso analista pontua que a conclusão da RJ depende agora da sentença do juiz Fernando Viana, da 7ª Vara empresarial do Rio de Janeiro, que ainda dará o seu parecer sobre o caso.

A expectativa da companhia é que o fim do processo ocorra no segundo semestre de 2022.

Desempenho das ações


As duas classes de ações da Oi estão em queda. A OIBR3 acumula queda de -30,26% desde janeiro e terminou o dia cotada em R$ 0,53. A OIBR4 desvalorizou -21,07% só neste ano e fechou hoje em R$ 1,01.


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