As Ações São Para Sempre
É hora de ter ações?
O PIB brasileiro cresceu 1,1 por cento em 2019. Na virada do ano, se apoiando na boa agenda de reformas estruturais da atual equipe econômica do governo, o mercado esperava um crescimento superior a 2 por cento para este ano.
Mas aí 2020 começou.
Fomos atropelados pelo coronavírus e ainda precisaremos enfrentar as consequências econômicas da paralisação instantânea e quase que total das atividades no país.
Não bastassem as crises de saúde e econômica, após o pedido de demissão (e tudo que o ato representa) do ex-ministro Sérgio Moro, no fim da semana passada, parece que teremos que lidar (de novo) com uma crise política.
Resultado: o governo passou a prever uma estabilidade no crescimento econômico para 2020 e o mercado já projeta uma queda de -3,34 por cento, segundo o último Boletim Focus.
Neste contexto, alguns começam a se questionar se é hora de ter ações no Brasil.
Minha resposta para este questionamento está no título deste texto. Para mim, o investimento em ações é algo que deve ser mantido para sempre.
Você pode ser — ou pelo menos conhece — alguém que nasceu com aquela veia empreendedora, aquela pessoa que nasceu para criar e administrar negócios, certo?
Este tipo de pessoa pode até mudar seu ramo de atuação algumas vezes na vida, mas nunca considera a hipótese de parar de empreender.
Nem todos nós temos este perfil, mas todos nós podemos (e devemos) investir em empresas para multiplicar nosso patrimônio. Afinal, todos queremos nossa liberdade. Ninguém quer ser escravo do seu trabalho para sempre.
Felizmente, ações são pequenos pedaços de empresas que nos permitem ser sócios delas e nos beneficiarmos financeiramente do crescimento dos seus lucros.
Alguns ignoram a forma como as ações funcionam e tentam ficar ricos com estratégias milagrosas baseadas em esoterismo com os preços delas.
Mas não foi assim que os maiores investidores do mundo se tornaram bilionários. A bolsa é um jogo de soma zero, e eu prefiro estar no lado daqueles que ganham dinheiro ao longo dos anos. Acredito que você também.
Assim sendo, investir em ações significa investir em empresas. É como empreender, mas com a vantagem de poder diversificar seu risco em alguns negócios/setores, não apenas em um.
Nos Estados Unidos, onde a atividade empreendedora é de fato apreciada e incentivada, mais de 60 por cento da população investe em ações.
No Brasil, onde o cenário é quase que o oposto, e as pessoas ainda ficaram mal acostumadas com rendimentos de 2 dígitos sem risco, apenas cerca de 1 por cento da população investe diretamentamente em ações.
Desde o ano passado começamos a observar uma rápida aceleração no número de CPFs cadastrados na bolsa e tenho confiança de que o brasileiro está fazendo isso de maneira consciente, buscando se educar financeiramente.
O fato de que grande parte dos fundos de ações tem tido captações líquidas (recebendo mais aportes do que saques) durante esta crise, ilustra bem como o brasileiro caminha na direção correta.
Mas apesar de acreditar de que a bolsa é sim para todos, e é sim para sempre, alguns fatores vão influenciar sua alocação (a parcela dos seus investimentos) na bolsa, tais como os que citarei abaixo.
Apetite e tolerância a risco
Em julho de 2019, quando escrevi neste espaço sobre como era difícil não estar otimista com o Brasil, após ouvir uma palestra sobre os planos para economia do Paulo Guedes, alertei para fato de que a qualquer momento a bolsa pode cair -50 por cento.
Pedi para que os leitores imaginassem como reagiriam ao ver seus investimentos em ações caindo pela metade em um curto espaço de tempo. Bom… agora ninguém precisa imaginar mais.
Não que o fato de as ações caírem representa que o risco aumentou, se as ações caem e os fundamentos de longo prazo não mudam, elas, na verdade, ficaram menos arriscadas, pois ficaram mais baratas.
O real risco em uma situação extrema como essa (que aliás, voltará a acontecer em alguns anos, não se engane) é o de se assustar e vender suas ações no pior momento possível.
Por isso, o seu apetite e a sua capacidade de tomar risco são fatores limitantes na hora de investir. Mesmo sem crise, as ações vão oscilar. Na maioria das vezes, de maneira muito mais intensa do que alterações no fundamento justificam.
É perigoso ter mais apetite do que psicológico ou saúde financeira para tomar risco.
Mas é extremamente importante que você respeite seu estômago, para que você não acabe desistindo ou sendo obrigado a vender suas ações na hora errada e pelos motivos errados.
Necessidade de liquidez
Seu horizonte de investimento (em quanto tempo você pode precisar daquele dinheiro) e o fato de ser um poupador ou não, afetam diretamente sua tolerância a risco. E, consequentemente, o tamanho da parcela de seus recursos que pode ir para a bolsa.
Sim, todos os fatores que cito aqui acabam tendo uma conexão entre si.
O ideal é que o dinheiro em ações seja somente aquele que você tem certeza de que não vai precisar por décadas. Não recomendo alocar em ações um valor que não tenha um horizonte de investimento mínimo de 5 anos.
Isto porque, como já citei acima, ações são apenas pequenas partes de empresas. Logo, precisamos respeitar os ciclos e a velocidade em que as coisas acontecem em uma empresa.
Para que um ciclo empresarial se complete, são necessários alguns anos entre o planejamento estratégico, os investimentos, a execução e a melhoria da operação para que, só lá na frente, a empresa (e você como sócio dela) possa colher os frutos de resultados melhores.
Deste modo, se você é capaz de poupar todo mês e investir sempre, você deixa de se importar com o timing nos seus investimentos, já que está investindo recorrentemente.
Mas se você pelo menos mantém sua reserva de emergência e não investe um dinheiro que pode precisar no curto prazo, nunca será obrigado a vender suas ações em um momento que pode não ser o ideal.
Fase do ciclo econômico
Os dois fatores acima variam de acordo com cada indivíduo e até com o momento de vida de cada pessoa.
Só você pode dizer qual seria sua alocação máxima em bolsa, e é importante não ultrapassar esse valor. Não importa o quão otimista você esteja.
Umas das poucas coisas que podemos garantir na bolsa é que, no longo prazo, ela tende a andar em linha com os grandes ciclos econômicos. E nenhuma economia cresce (ou se deteriora) para sempre.
O retorno que você vai obter com suas ações estará em algum nível relacionado com o que acontece com a economia (lembrando que a bolsa sempre se adianta ao que pode acontecer).
Deste modo, em alguns momentos vai ser interessante ter o máximo de ações que você consegue Em outros, será melhor ter uma alocação um pouco menor.
A boa notícia é que sempre é possível encontrar empresas que são capazes de se engrandecer mesmo durante uma crise (a ruim é que o inverso também é válido).
Durante a última (e pior) crise econômica brasileira, quando nosso PIB caiu mais de 7,5 por cento durante os anos de 2015 e 2016, mais de 180 ações se valorizaram neste intervalo. E 30 delas mais do que dobraram de valor.
A mensagem principal aqui é: o que acontece com a economia influencia sua alocação em ações. Mas, mesmo que tudo pareça perfeito, sua alocação máxima deve respeitar seu estômago, assim como a sua alocação mínima não precisa ir a zero durante anos difíceis.
Mas, independentemente da fase do ciclo, evitar os ativos tóxicos é fundamental. Quando o assunto é ações, não perder é sempre mais importante do que ganhar.
Disponibilidade/interesse para estudar sobre investimentos e as empresas
A quantidade de tempo que você dedica para estudar sobre investimentos e sobre as empresas em que investe está diretamente relacionada a quantidade de bolsa que você é capaz de ter.
Basicamente, quanto mais você estuda, mais bolsa você é capaz de carregar.
Sabemos que o mercado muitas vezes vai se movimentar de maneira exagerada ou até descorrelacionada com os fundamentos das empresas. Mas se você já entendeu que o que importa é o longo prazo e confia nas empresas em que investe, você será capaz de não se preocupar com oscilações de preços, e ainda poderá tirar proveito delas.
Se a sua cabeça está focada em entender o que altera (ou não) os fundamentos das empresas, sua energia está sendo gasta com aquilo que realmente importa.
Mas sabemos que nem sempre você terá todo o tempo que gostaria para estudar sobre investimentos ou para acompanhar o que vem acontecendo com as empresas que investe.
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Rafael Ragazi.