Investimento ativo ou passivo? Investimento direto ou indireto? Veja como fazer tais escolhas e, em seguida, defina qual é o melhor caminho para investir em ações!

Você está pensando em começar a investir em ações, mas se sente perdido? Então, saiba que há três caminhos disponíveis à sua frente. E, claro, cada um deles tem suas vantagens e desvantagens.

No entanto, antes de saber qual deles escolher, é preciso tomar outras decisões, como optar por investimento ativo ou passivo e investimento direto ou indireto.

Neste artigo, descubra as três formas de investir em ações e tire todas as suas dúvidas. Acompanhe!

Sumário

O que são ações?

Ações são pequenas partes de uma companhia de capital aberto listada em alguma bolsa de valores ao redor do mundo. No caso do Brasil, esse ambiente é a B3. Em outras palavras, são frações do capital social de uma companhia disponíveis para negociação.

Quais são os tipos de ações?

Existem três tipos de ações negociadas na B3. Conheça, a seguir, cada uma deles.

Ações ordinárias (ON)

As ações ordinárias (ON) são aquelas que garantem o direito ao voto do acionista nas assembleias gerais da empresa, ou seja, dá a eles o poder de participar diretamente das decisões sobre os rumos da corporação. No final do seu código de negociação, elas recebem o dígito 3.

Ações preferenciais (PN)

As ações preferenciais (PN) são as que não garantem o direito ao voto do acionista. Entretanto, quem as possui tem preferência no recebimento de dividendos, que são um dos tipos de proventos pagos pelas companhias.

Em caso de falência da empresa, aqueles que possuem ações PN também têm preferência nas compensações.

No final do seu código de negociação, elas recebem o dígito 4. As que apresentam os dígitos 5, 6, 7 e 8 também são PN, porém, de classes distintas.

Ações units

As ações units são conjuntos de ações ordinárias e preferenciais. No final do seu código de negociação, elas recebem o dígito 11.

Quais são os custos para investir em ações?

Há alguns custos envolvidos na negociação de ativos dessa natureza na B3. No entanto, parte das corretoras de valores não cobra determinadas taxas e impostos. Por isso, faça uma pesquisa antes de abrir sua conta e começar a investir em ações.

Confira abaixo as despesas mais comuns relacionadas a essa operação!

Emolumentos

Os emolumentos são as taxas fixas cobradas por cada transação na B3 com pretensão de remunerar o serviço prestado pela bolsa. O valor a ser cobrado vai depender dos seguintes aspectos:

  • tipo de operação: normal ou day trade (quando a compra e venda de ações ou venda e compra de ações são realizadas num único dia);
  • tipo de investidor: pessoa física ou fundos e clubes de investimento;
  • montante investido.

Taxa de administração

A maioria dos fundos de investimentos realizam a cobrança da taxa de administração. Embora ela seja anual, costuma ser cobrada mensalmente. Como base para seu cálculo, utiliza-se o valor médio do fundo.

Pelo seu impacto no rendimento do montante investido no fundo, é preciso que o investidor esteja atento a ela. Por isso, confira se esse recolhimento foi informado no regulamento do fundo.

Taxa de corretagem

A taxa de corretagem é cobrada pelas corretoras a cada compra e venda de ações na B3, podendo ser um valor fixo ou uma porcentagem sobre cada transação. Vale frisar que essa tarifa também sofre a incidência do Imposto Sobre Serviço (ISS). Dependendo da cidade, essa alíquota pode variar entre 2% e 5%.

Taxa de custódia

A taxa de custódia é cobrada pelas corretoras mensalmente, a fim de pagar os seus custos junto à B3. A definição do valor se dá com base no montante total investido.

Taxa de performance

Além da taxa de administração, certos fundos de investimentos também realizam a cobrança da taxa de performance. Se os lucros obtidos pelos fundos forem maiores do que o índice de referência, ela será cobrada.

Imposto de Renda (IR)

Quem investe em ações e ganha dinheiro tem que pagar Imposto de Renda (IR) por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) até o último dia útil do mês subsequente.

Em operações comuns e de swing trade superiores ao limite de R$ 20 mil, a alíquota é de 15%. Já no day trade, quando houver lucro, a alíquota é de 20%.

Quais são as formas de investir em ações?

Antes de escolher um dos três caminhos disponíveis para investir em ações, você precisará tomar duas decisões:

  • optar por investimento ativo ou passivo;
  • optar por investir de maneira direta ou indireta na bolsa.

Ao investir em ações de forma ativa, você está fazendo o que chamamos de stock picking. Ou seja, está tentando selecionar, dentre cerca de 350 empresas com capital aberto e listadas na bolsa, aquelas que acredita que podem ter uma performance diferenciada. Logicamente, isso é feito com o objetivo de ter um retorno superior ao do mercado.

Por outro lado, ao investir de maneira passiva, você não está buscando superar o mercado, mas sim acompanhar sua valorização de forma geral ao longo dos próximos anos. Seu retorno esperado será em linha com aquele que o índice que você escolheu replicar alcançar.

Já quando decide entre investir em ações de maneira direta ou indireta, está escolhendo entre comprar as ações que quer diretamente na bolsa ou delegar a um gestor profissional a tarefa de comprá-las. No caso da segunda opção, é necessário pagar uma taxa como forma de remuneração pelo serviço.

Comprando ações diretamente

Nesse caso, você mesmo faz o seu stock picking, podendo realizar o processo de análise completamente sozinho, com embasamento nas recomendações de uma casa de análise ou de um consultor de valores mobiliários. Lembre-se de que o seu agente autônomo de investimento não deve (e não pode) te dar recomendações de investimento.

Essa opção é mais barata, pois você paga apenas os custos para transacionar e manter ativos em custódia. Com a popularização dos investimentos e com o maior nível de concorrência entre as corretoras, eles estão cada vez menores. A liquidez é praticamente imediata, logo, caso você decida vender suas ações, o dinheiro estará na sua conta dois dias depois.

Dentre as principais desvantagens estão o risco de errar nas suas escolhas (principalmente se fizer a análise por conta própria) e o fato de que você precisa de mais tempo disponível para estudar sobre investimentos e sobre as ações que escolhe investir.

Investindo em fundos de ações ativos

Ao investir via fundos ativos, você também tem o objetivo de superar os retornos do mercado em sua totalidade. No entanto, nesse contexto, a seleção e a compra dos ativos é terceirizada para um gestor experiente e profissional, que se dedica exclusivamente a essa função.

É bem mais prático investir assim, visto que é a opção para quem quer investir e esquecer. Inclusive, é muito melhor que você nem fique olhando o desempenho do gestor no curto prazo e deixe-o trabalhar. Mas, logicamente, você terá que pagar por esse serviço.

No Brasil, as taxas comumente praticadas no mercado são de 2% na forma de remuneração pela administração dos recursos e mais 20% como taxa de performance.

Além disso, os fundos são uma opção menos líquida. Em alguns casos, o prazo para receber seu dinheiro pode chegar a até 60 dias.

Fundos Passivos ou ETFs

No caso dos fundos passivos ou Exchange Traded Funds (ETFs), existe a figura de um gestor, mas ele não vai tentar bater o mercado. Seu propósito é de apenas comprar ações que compõem a carteira teórica de um índice na proporção que elas estão no mesmo.

Por exemplo, o BOVB11 é um ETF gerido pela gestora do Bradesco, que cobra uma taxa de 0,2% ao ano para replicar a carteira teórica do índice. ETFs são ótimas opções para quem está começando.

Com cerca de R$ 1 mil, você consegue comprar o lote padrão desse fundo (que é um ativo negociado em bolsa, como uma ação) e vai ter, dentro dele, as 81 ações do índice Ibovespa. Alguns fundos de gestão ativa, por exemplo, podem ter valores mínimos para o primeiro aporte maiores do que isso.

Você vai ter uma carteira bastante diversificada, com menor risco, mas também com menor potencial de retorno esperado. De qualquer modo, não dá para garantir que o stock picking direto ou o de um fundo serão capazes de superar o mercado, eles podem inclusive ter uma performance pior que a do mercado.

Vale ressaltar ainda que a liquidez dos ETFs é a mesma das ações.

No fim das contas, a decisão vai depender do seu apetite e tolerância ao risco, do capital disponível que você tem no momento e da disponibilidade/interesse para estudar sobre investimentos e acompanhar o mercado.

Se acabou de fazer sua reserva de emergência e tem pouco dinheiro disponível para ações, invista via ETF.

Se você já tem algum patrimônio disponível para alocar em renda variável, mas não quer ou não tem condições de acompanhar o mercado, você pode montar uma carteira diversificada com alguns fundos.

Caso prefira fazer a gestão do seu patrimônio por conta própria, inclusive quanto à seleção dos ativos, invista diretamente em ações, buscando sempre conhecer a fundo a respeito de onde está investindo e a orientação adequada para tal.

Quais são as vantagens e riscos de investir em ações?

Diferentemente das aplicações em renda fixa, as ações são classificadas como renda variável por não haver garantia de retorno. Assim, esses papéis podem variar tanto positiva quanto negativamente. Dentre as vantagens de investir em ações, é possível citar:

  • possibilidade de ganho com a valorização das ações;
  • possibilidade de ganho com o recebimento de proventos;
  • alta liquidez.

Com relação aos seus riscos, é importante deixar claro que, em menor ou maior nível, todos os investimentos contêm riscos. Veja, a seguir, os principais deles:

  • oscilações em razão de mudanças nas taxas de juros e nas taxas de câmbio, além de alterações no mercado acionário;
  • dúvidas quanto à reputação e performance da companhia que oferta as ações.

Como investir em ações com pouco dinheiro?

Mesmo com pouco dinheiro, um investidor pode negociar ações. No mercado tradicional, a negociação é feita em lote padrão de 100 unidades de ação. No entanto, no mercado fracionário, é possível comprar e vender de 1 a 99 unidades desse ativo.

Os dois mercados são integrados e possuem os mesmos princípios. Assim, o investidor pode adquirir ações gradativamente e, quando chegar a 100 unidades, vendê-las como lote padrão.

Onde investir 100 reais em ações

Como o preço das ações costumam variar entre R$ 5 e R$ 60, é possível realizar mais de um investimento em ações com 100 reais. Um dos ativos mais negociados na B3, por exemplo, o VALE3, da mineradora Vale, está sendo comercializado, atualmente, no valor próximo de R$ 65 reais.

Há também títulos de outras empresas populares, como o ELET3 (Eletrobras) e PETR4 (Petrobrás), precificados em cerca de, respectivamente, R$ 40 e R$ 29.

Quais ações investir para iniciantes?

Uma primeira recomendação para iniciantes que desejam investir em ações é alocar recursos em ETFs, conhecidos também como fundos de índice. Como o próprio nome sugere, eles replicam o desempenho de algum índice, como o Ibovespa.

Assim, ao adquirir cotas de ETFs, a pessoa investe em diferentes indicadores de mercado, diversificando sua carteira de investimentos. Logo, não é necessário comprar ações separadamente.

A outra recomendação é investir em ações blue chips, que são ativos das companhias que apresentam os maiores volumes de negócio na B3. São exemplos delas a Petrobras, a Vale e o Itaú. Por conta disso, é dito que essas empresas apresentam uma alta liquidez, que é a capacidade de transformar um ativo em dinheiro.

No entanto, é fundamental destacar que o investimento em ações por parte um iniciante é indicado para quem possui um perfil de investidor arrojado, visto que é um nicho que supõe riscos mais altos de prejuízo.

Quais são os principais índices da B3?

Quem pretende investir em fundos de índice, precisa se familiarizar com os principais entre os indicadores presentes na bolsa de valores brasileira. Conheça-os abaixo!

Índice Bovespa (Ibovespa)

O Índice Bovespa (Ibovespa) agrega as companhias mais relevantes do mercado, por isso, é considerado o principal índice de desempenho das ações na B3.

Ele é revisado a cada quatro meses. Assim, se uma empresa deixa de atender os requisitos desse indicador, há sua remoção e ela dá lugar a outra que os cumpra.

Índice Brasil 100 (IBrX 100)

O Índice Brasil 100 (IBrX 100) informa o desempenho médio das cotações dos 100 ativos de maior negociabilidade e representatividade no mercado nacional. Assim como o Ibovespa, ele é revisado a cada quatro meses.

Índice Brasil 50 (IBrX 50)

O Índice Brasil 50 (IBrX 50) informa o desempenho médio das cotações dos 50 ativos de maior negociabilidade e representatividade no mercado. Ele também passa por revisão a cada quatro meses.

Índice de Small Caps (SMLL)

O Índice de Small Caps (SMLL) reúne as companhias que apresentam os menores valores de mercado e volumes de negociação.

Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX)

O Índice de Fundos de Investimento Imobiliários (IFIX) reflete o desempenho médio das cotações dos fundos imobiliários que são comercializados tanto no mercado de bolsa quanto no de balcão organizado da B3.

O que é preciso fazer para investir em ações?

Se você pretende investir em ações, siga o passo a passo abaixo!

Descubra o seu perfil de investidor

A primeira etapa desse processo é descobrir o seu perfil de investidor. Isso deve ocorrer por meio do preenchimento de um questionário fornecido pelas corretoras, que é chamado de análise do perfil do investidor ou suitability.

Assim, ao conhecer suas características, você saberá se enquadra no tipo conservador, moderado ou arrojado. Isso é essencial no momento de traçar a sua estratégia de investimentos na bolsa de valores. Afinal, alguns produtos podem não ser adequados ao seu perfil.

Abra uma conta numa corretora de valores

A corretora de valores é a instituição financeira responsável por receber as ordens de compra ou venda do investidor e, claro, executá-las. Logo, é preciso abrir uma conta numa dessas empresas.

O processo de abertura consiste no fornecimento de dados pessoais e de documentos de identificação. Se a resposta for positiva, basta transferir uma quantia para iniciar a aquisição dos ativos.

Defina como deseja investir

Tendo como base o seu perfil de investidor, defina como deseja investir. Por exemplo, a sua estratégia pode ser para o curto ou longo prazo, envolver maior ou menor diversificação, se focar em um segmento de mercado específico, entre outras possibilidades.

Monte a sua carteira de investimentos

Após considerar todos os detalhes anteriores, o passo final é efetivamente comprar as ações para compor seu portfólio de investimento. No momento de tomar as decisões, é fundamental consultar dados das companhias e relatórios de profissionais especialistas no mercado. Caso já tenha mais experiência, faça uso de um método de análise.

Se você não se sente seguro para decidir onde alocar seus recursos, procure a Nord Research e sua equipe de especialistas.

Somos uma casa de análise de investimentos totalmente focada no pequeno investidor. Acreditamos que, com informação correta e isenta de conflito de interesses, é possível investir com a mesma sofisticação e rentabilidade alcançadas pelos melhores gestores profissionais.

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Resumindo

Qual o valor mínimo para investir em ações?

Não existe valor mínimo pré-definido para investir em ações. Como é possível adquirir tanto uma unidade desse ativo quanto “pacotes” com múltiplos do mesmo, o preço mais baixo para a operação será o custo de uma única ação. Essa quantia, por sua vez, oscila conforme as dinâmicas de mercado.

Como investir em ações para iniciantes?

Por serem ativos de maior risco e complexidade, os iniciantes que pretendem investir em ações devem se preocupar em se capacitar e conseguir realizar boas análises. Para mitigar os riscos no começo dessa jornada, uma opção possível é aplicar em investimentos indiretos, onde outras figuras são responsáveis por tomar as decisões na construção da carteira de aplicações.

Um exemplo são os Exchange Traded Funds (ETFs), conhecidos no Brasil como fundos de índice. Eles consistem em fundos de investimento que se propõe a replicar a carteira teórica de um determinado índice de mercado.