A arrecadação de impostos do governo federal brasileiro alcançou um crescimento significativo em 2024, atingindo R$ 2,7 trilhões, um recorde histórico. Esse aumento representa uma alta real de 9,62% em relação ao ano anterior, superando a inflação acumulada de 4,83%.

Entretanto, o cenário fiscal ainda apresenta desafios, com um déficit acumulado de quase R$ 67 bilhões até novembro de 2024.

Confira mais detalhes a seguir.

Crescimento robusto da arrecadação federal em 2024

A arrecadação federal de impostos em 2024 alcançou R$ 2,7 trilhões, marcando o maior crescimento em 30 anos. Esse valor superou a inflação acumulada de 4,83% e foi impulsionado por fatores como crescimento econômico, aumento da massa salarial e o retorno de setores inteiros da economia que voltaram a recolher tributos.

Além disso, medidas como a tributação de fundos exclusivos e offshore e offshore e a regularização de bens no exterior geraram cerca de R$ 28 bilhões a mais.

Setores que mais contribuíram para o crescimento

Entre os setores que mais impulsionaram o crescimento da arrecadação, destacam-se o comércio atacadista, as entidades financeiras e o setor de combustíveis

Esses segmentos registraram altas significativas, com o comércio atacadista subindo 20,30% e as entidades financeiras com um crescimento de 7,69% sobre 2023.

Desafios fiscais e a meta de déficit zero

Apesar do crescimento na arrecadação, o governo ainda enfrenta desafios fiscais.

Em 2024, o déficit primário acumulado até novembro foi de cerca de R$ 67 bilhões, o que significa que o governo gastou mais do que arrecadou. Embora as receitas tenham superado as expectativas, a gestão fiscal do governo permanece sob pressão, com economistas questionando a sustentabilidade das políticas fiscais adotadas.

O déficit em conta corrente e suas implicações

Além do déficit fiscal interno, o Brasil encerrou 2024 com um déficit em transações correntes de US$ 55,966 bilhões, equivalente a 2,55% do PIB, refletindo um aumento expressivo nas operações internacionais. 

Esse descompasso entre importações, pagamentos de serviços e transferências de renda ao exterior é mais um fator que contribui para o cenário fiscal desafiador do país. 

Medidas fiscais e justiça tributária

A gestão da Receita Federal também foi marcada por uma abordagem menos repressiva, com foco na orientação ao contribuinte e na justiça fiscal.

Segundo o secretário Robinson Barreirinhas, as medidas adotadas não aumentaram a carga tributária, mas buscaram garantir que os grandes contribuintes, como fundos fechados e offshore, pagassem sua parcela justa.

Com a meta fiscal de 2024 de um déficit zero em foco, o governo conta com o desempenho robusto da arrecadação para equilibrar suas contas, embora o mercado financeiro permaneça cauteloso com relação à estabilidade do endividamento público a longo prazo.