Nord Insider


Nesta sexta-feira, 2, os futuros de índices em Nova York se mostram voláteis, oscilam entre o positivo e o negativo esta manhã. Os investidores aguardam o relatório de emprego (payroll) nos EUA.

Na agenda econômica, os investidores acompanham a divulgação da produção industrial de julho. Nos Estados Unidos, saem o relatório payroll, a taxa de desemprego americana, ambos referentes a agosto, e a contagem semanal de sondas de petróleo.

Principais assuntos de hoje

  • Prio assina combinação de negócios com a Dommo;
  • As ações do Magazine Luiza e de Via vão continuar em alta?

De Eike para Tanure: Prio assina memorando para comprar Dommo Energia


A Prio (PRIO3), de Nelson Tanure, comunicou ao mercado na noite de quinta-feira,1º, que assinou um pré-contrato para a compra da Dommo Energia (DMMO3), a antiga OGX de Eike Batista.

O acordo foi firmado com a Prisma Capital (gestora de special situations).

O pré-contrato contempla a incorporação de 100% das ações da companhia, sendo que seus acionistas poderão escolher se preferem a sua parte em dinheiro (R$ 1,85 por ação), a ser paga em até noventa dias após a conclusão da aquisição, ou em ações da Prio (0,05 de PRIO3).

O memorando ainda determina que a Prisma conceda à Prio exclusividade na negociação e realização da transação.

Royalties à Dommo


O único ativo que a Dommo possui atualmente é o direito de receber 5% da receita (deduzida de royalties) do cluster de Polvo e Tubarão Martelo — operado pela própria Prio.

Vale mencionar que existe um componente adicional referente a créditos tributários de cerca de R$ 7 bilhões, que a Dommo possui por conta de prejuízos acumulados nos últimos anos na ordem de R$ 20 bilhões.

O analista Victor Bueno, da carteira Nord 10X, afirma que a transação com a petroleira de Tanure é o último passo da operação que a Prisma planejou há anos, sendo iniciada com a compra de bonds da antiga OGX e assumindo o controle (52%) da Dommo Energia no início deste ano.

Para a Prio, além dos créditos que poderão ser utilizados no futuro (que ainda precisam ser validados pela Receita Federal), a aquisição também facilita uma próxima fase da campanha de revitalização do cluster de Polvo + TBMT, que atualmente produz 17,5 mil barris de óleo por dia.


Magazine Luiza e Via encerram agosto com fortes ganhos. Chegou a hora de investir?


As ações do Magazine Luiza (MGLU3) ficaram entre os principais destaques de alta em agosto, com valorização de +65,50%, dando sequência à alta de +10,23% em julho.

Os papéis da concorrente Via (VIIA3) também tiveram valorização expressiva na B3 no acumulado de agosto, alta de +34,17%, dando continuidade à alta de +25,00% registrada em julho.

Esse bom desempenho das companhias em agosto animou os investidores. Será que finalmente chegou a hora de investir? Confira.

O que impulsionou a alta das varejistas?

No caso da Via, o analista da Nord Research, Victor Bueno, aponta como principal fator para a alta dos papéis a possível melhora no cenário macro.

“As companhias de comércio cíclico do Ibovespa são as mais impactadas pelo aumento da taxa de juros, principalmente por conta de uma redução do consumo da população e pelo aumento das despesas financeiras prejudicando seus lucros”, explica o analista.

Contudo, no cenário atual, o Banco Central do Brasil (BCB) se prepara para o fim do ciclo de alta nas taxas de juros, que chegou a +13,75% ao ano — maior patamar desde 2017 —, o que pode acabar contribuindo para uma retomada do setor.

Com isso, o mercado volta a olhar com carinho para as ações de varejistas, já buscando precificar uma possível retomada de melhores números nos próximos trimestres.

Como a Via ainda está lidando com problemas internos, como os relacionados à sua gestão, vemos que a companhia terá que batalhar mais para estar à frente dos outros concorrentes.

Mercado vê Via “ficando para trás”

Olhando para os fundamentos de Magalu e de Via, nosso analista destaca que MGLU apresenta pilares mais sólidos do que a rival.

“Apesar de vermos uma maior pressão nas margens brutas devido ao cenário macro atual e do erro pontual de estoque durante a pandemia da Covid-19, que levou o Magalu a fazer grandes liquidações para escoar o estoque nos últimos trimestres, a companhia segue construindo um sólido ecossistema de produtos e serviços, que são oferecidos aos clientes e também aos sellers de seu marketplace”, disse.

O analista também cita que a companhia realizou 20 aquisições nos últimos anos para fortalecer sua proposta de ecossistema cada vez mais completo.

Além disso, a companhia possui um sólido plano de crescimento com cinco pilares centrais: (i) a expansão do 3P (marketplace), (ii) as novas categorias de produtos vendidos, (iii) o Super App, (iv) a entrega mais rápida, (v) e, por fim, o MaaS (Magalu as a Service), no qual a empresa vende serviços financeiros, logísticos, de marketing, entre outros, para os sellers da sua plataforma.

Por outro lado, conforme temos destacado, o cenário no momento é mais difícil para a Via (dona de Casas Bahia e Ponto).

A companhia atravessou algumas polêmicas em um passado recente, mas também vem buscando unificar as frentes físicas e digitais de lojas, sites e apps, melhorar suas operações e diversificar as fontes de receitas, de modo a criar um ecossistema para enfrentar melhor cenários adversos.

Além do cenário desfavorável e da concorrência, a Via apresentou queda nos resultados trimestrais. Apesar do lucro líquido de R$ 6 milhões no segundo trimestre de 2022, em geral a companhia apresentou uma piora no desempenho, principalmente no primeiro trimestre do ano por conta de grandes provisões trabalhistas e de fatores não recorrentes, o que traz risco para os negócios.

Diante desse quadro, o mercado acaba enxergando que o processo de turnaround da empresa pode acontecer de uma forma mais lenta.

Marketplaces equilibram competitividade

A digitalização do varejo brasileiro foi praticamente protagonizada pelo Magazine, o que o coloca bem à frente de Via, tanto no e-commerce quanto no marketplace — ambos com um forte crescimento.

Contudo, temos que abrir um disclaimer para citar Americanas (AMER3), que apesar dos resultados negativos no último trimestre, também vem apresentando crescimento de resultados no seu canal digital e está com um ecossistema cada vez mais robusto para fazer frente a seus concorrentes.

Recentemente, a AMER anunciou o ex-CEO do Santander Brasil, Sergio Rial, como novo diretor-executivo da companhia, o que também pode contribuir bastante com o avanço dos serviços financeiros da empresa.

Dessa forma, acreditamos que a Via ainda precisa superar muitos desafios (internos e externos) para conseguir se destacar da concorrência.

Como recuperar o prejuízo no ativo?

De acordo com o nosso analista, a cada queda, a recuperação fica mais difícil. Não basta subir exatamente o percentual que caiu, pois o valor da ação não será o mesmo.

No caso de MGLU3, que anotou uma queda de -93% das máximas em 2021 às mínimas no ano atual, a ação precisaria subir cerca de 1.400% para se recuperar.

Já as ações da Via, que apresentaram desvalorização de -89% em período similar, precisariam subir quase +800% para voltar aos preços em que eram negociadas na metade do ano passado.

O analista diz que o conceito para entender quanto uma ação precisa valorizar para recuperar as perdas não é tão complexo.

Fique tranquilo, vamos te mostrar na prática.

Suponhamos que a ação XPTO3 é comprada por R$ 100 e ela desvaloriza -50% em determinado período, passando a ser negociada por R$ 50.  

A partir desse momento, se a ação se valorizar em +50%, ela não voltará para R$ 100, mas sim para R$ 75. Para retornar ao preço inicial, a ação precisaria dobrar de valor (+100%).

Na tabela, vemos o percentual (%) de valorização necessário para que as maiores quedas nos últimos 12 meses do Ibovespa se recuperem.

O estudo foi elaborado pelo analista Victor Bueno com informações da Bloomberg.

Confira:

Maiores quedas do IBOV nos últimos 12 meses. Fonte: Bloomberg

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