AES Brasil (AESB3) reporta prejuízo de R$ 72 milhões no 3T24
A AES Brasil (AESB3) reportou resultados abaixo das expectativas do mercado. A receita líquida da companhia no período foi de R$ 1,1 bilhão, crescimento de +21% na comparação anual, porém o Ebitda caiu -11%, totalizando R$ 422 milhões.
Já seu resultado líquido foi o principal destaque negativo no trimestre, com a empresa sendo pressionada – mais uma vez – pelas despesas financeiras (juros das dívidas) e revertendo o lucro líquido no 3T23 em um prejuízo de R$ -72 milhões no 3T24.
Destaques resultados 3T24 da AES Brasil (AESB3)
No 3T24, a geração de energia consolidada da AES Brasil caiu -12% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 3,77 mil GWh.
Em sua maior operação, a geração hídrica ficou em 1,87 mil GWh, queda de -32%, que foi parcialmente compensada pelo aumento de +26% em geração eólica, que totalizou 1,77 mil GWh. Já a geração de energia solar (menos representativa) ficou em 127 GWh (-11%).
O desempenho na operação eólica contribuiu para que a companhia atingisse uma receita líquida de R$ 1,1 milhões, alta de +21%. Contudo, com um custo de energia 67% maior, a margem operacional líquida caiu -4%.
Além disso, com o maior volume de despesas operacionais, o Ebitda totalizou R$ 375 milhões, baixa de -13%. O grande destaque negativo, porém, foi o prejuízo de R$ -72 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 119 milhões no 2T23.
Com suas dívidas ainda em patamares elevados, a alavancagem financeira (dívida líquida/Ebitda) da AES Brasil encerrou o 2T24 em 6x.
O que esperar de AES Brasil (AESB3)?
A AES Brasil entregou resultados fracos, mais uma vez.
Contudo, as atenções do mercado estão todas voltadas à transação junto à Auren, que anunciou, em maio, a aquisição da AES Brasil.
A venda já era esperada, tendo em vista que a americana AES Corporation (atual controladora da AES Brasil) já estava buscando um comprador, por também estar alavancada (assim como sua controlada brasileira).
Ou seja, bom negócio para os acionistas da AES Brasil, que receberão um prêmio em suas ações em relação ao preço de tela das mesmas.
Vale destacar que, com a conclusão próxima, o período de opções para os acionistas já foi encerrado. Agora, os investidores de AESB3 que não votaram em nenhuma das três opções propostas, receberão R$ 1,18 e cerca de 0,67 novas ações de AURE3.
Para a Auren, apesar do bom incremento em suas operações e faturamento no futuro, fica o desafio de incorporar uma empresa com elevado endividamento, que aumentará sua alavancagem e pressionará seus lucros e dividendos no presente.
Dividendos e JCP de AES Brasil (AESB3)
Tendo em vista sua alta alavancagem financeira e os resultados líquidos negativos, a AES Brasil reduziu drasticamente sua distribuição de dividendos.
Considerando os últimos 12 meses, a companhia pagou menos de R$ 0,10 por ação aos seus acionistas.
Qual o dividend yield de AES Brasil (AESB3)?
Assim, o dividend yield da AES Brasil (AESB3) dos últimos 12 meses é de apenas 0,91%.
Quem é AES Brasil?
A AES Brasil, uma das principais empresas do setor de energia no país, faz parte da corporação global AES, com sede nos Estados Unidos.
A história da empresa no Brasil começa em 1997, quando a AES Corporation adquiriu a Eletropaulo, uma das maiores distribuidoras de energia elétrica da América Latina. Desde então, a AES Brasil expandiu sua presença no setor de energia, investindo em geração e distribuição de eletricidade.
Em 2003, a empresa adquiriu a CESP - Companhia Energética de São Paulo, fortalecendo ainda mais sua capacidade de geração. A AES Brasil atua em várias áreas do setor elétrico, incluindo geração, distribuição e comercialização de energia.
Na geração, a empresa opera um portfólio diversificado de fontes, como hidrelétricas, parques eólicos e usinas solares, contribuindo para a matriz energética renovável do Brasil. Na distribuição, a AES Brasil atende milhões de clientes, garantindo a entrega confiável de energia.
Vale a pena comprar AES Brasil (AESB3)?
Tendo em vista seus resultados negativos recentes e a falta de visibilidade de distribuição de dividendos, não vemos oportunidades em AESB3, mesmo após a compra da Auren.
Reiteramos que não possuímos recomendação de compra para os papéis da empresa, que deixarão de ser negociados na Bolsa brasileira após a conclusão da transação junto à Auren.