Ações que mais subiram em agosto. São Martinho (SMTO3) e Vibra (VBBR3) estão entre elas
O Ibovespa encerrou o mês passado com uma desvalorização de 5,09%, aos 115.741,81 pontos. Veja as maiores altas do mês
Mais um mês de 2023 se passou e, diferentemente dos anteriores, agosto não foi nada agradável para os investidores da bolsa brasileira.
O período, que está sendo chamado de “agosto do desgosto”, foi marcado pela queda de -5,09% do Ibovespa. O movimento vai na contramão do rali de alta de mais de +20% apresentado pelo índice desde março.
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Entre outros motivos, a correção pode ser explicada por fatores macro, em especial pela elevação do risco fiscal, e micro, com muitos resultados do 2T23 não agradando o mercado.
Entretanto, o principal fator que contribuiu para a baixa no mês (e que também havia sido o motivador das altas recentes) foi o fluxo de investimento estrangeiro.
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Ainda assim, muitos investidores podem se perguntar os porquês de a bolsa brasileira cair no mesmo mês em que o Copom iniciou o ciclo de corte dos juros no país, afinal, a taxa de juros é conhecida, historicamente, como a mãe da bolsa (juros para baixo, bolsa para cima).
Porém, é sempre importante lembrar que não é a Selic a mãe da bolsa, mas sim a curva de juros futuros, que já vinha precificando a queda da taxa básica desde março — período em que o rali dos ativos de risco foi iniciado.

Em agosto, os juros futuros voltaram a subir com o maior risco fiscal e tendem a continuar ditando o ritmo da bolsa até o final do ano. Seguiremos acompanhando essa correlação de perto para definir nossos próximos passos daqui para a frente.
Comentamos os cinco principais destaques no campo positivo e o que impulsionou a boa performance dos papéis no último mês.
As 5 maiores altas do Ibovespa em agosto
- São Martinho (SMTO3)
- Vibra (VBBR3)
- Petrobras (PETR4)
- Embraer (EMBR3)
- IRB (IRBR3)
Os papéis da São Martinho tiveram a melhor performance de agosto, com valorização de +7,95% no mês. Um dos maiores grupos sucroenergéticos do país, a empresa vem se beneficiando do aumento de preço dos combustíveis no Brasil e pela possível restrição nas exportações de açúcar pela Índia.
Assim como a São Martinho, a Vibra (antiga BR Distribuidora) também viu suas ações sendo impactadas pelo fator de reprecificação dos combustíveis e apresentaram alta de +7,76% no mês. Mesmo entregando um lucro -81% menor no 2T23, a companhia se mantém focada em seus planos de longo prazo, que incluem melhorias em sua eficiência operacional e redução de sua alavancagem financeira.
Ainda sobre a principal justificativa do movimento para as duas primeiras posições, não poderia faltar a Petrobras na lista de maiores altas do Ibovespa em agosto, cujas ações subiram +6,39% e contribuíram fortemente para que o índice não apresentasse queda ainda mais expressiva no período.
O preço dos combustíveis no país estava muito abaixo do mercado internacional, o que fez com que a estatal revisse sua estratégia de precificação e optasse por um aumento no mês, reduzindo o receio por parte do mercado de uma possível interferência política nas decisões da Petrobras, que também afetariam seus resultados.
A terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo ficou em quarto lugar no seleto ranking de maiores altas, com valorização de +5,29% em seus papéis após a empresa entregar resultados acima das projeções do mercado no 2T23 e boa visibilidade para os próximos trimestres. No período, a Embraer entregou 47 jatos e viu seu lucro líquido saltar +20%.
Por fim, as ações do IRB registraram ganhos de +4,47% em agosto, após a resseguradora manter seu processo de limpeza da carteira e reverter prejuízo de R$ 373 milhões no 2T22 em um lucro líquido de R$ 20 milhões no último trimestre (segundo período consecutivo de resultado positivo), trazendo, assim, maior esperança para seus acionistas sobre uma possível recuperação operacional e financeira.