À espera da alta da Selic, veja 5 ações com maior potencial para subir
A esta altura, é quase unanimidade no mercado financeiro que o Banco Central deve subir os juros, hoje em 10,50% ao ano, na próxima reunião do Copom, marcada para semana que vem.
A combinação da trajetória das contas públicas, inflação próxima ao teto da meta, expectativas desancoradas, taxa de câmbio em torno de R$ 5,60 e resiliência da economia, deve levar ao início de um novo ciclo de alta na Selic.
Esses fatores aumentam a probabilidade de que o Banco Central volte a subir os juros em razão dos riscos inflacionários do cenário doméstico. A alta da Selic pode ocorrer mesmo que no cenário externo existam expectativas mais favoráveis, com possíveis cortes de juros nos Estados Unidos em setembro.
As projeções do mercado sugerem altas graduais na Selic de 0,25 ponto percentual nas quatro próximas reuniões, até janeiro de 2025.
Contudo, continuamos vendo boas opções em ações para a pessoa física.
Ações com maior potencial para subir com a Selic em alta
- BTG Pactual (BPAC11)
- Kepler Weber (KEPL3)
- BB Seguridade (BBSE3)
- Inter (INBR32)
- Itaú (ITUB3)
Essas ações são as que mais se beneficiam desse cenário para buscar maiores lucros na bolsa de valores brasileira. Veja abaixo a tese de investimentos por trás de cada papel.
BTG Pactual (BPAC11)
Nos últimos 10 anos, o BTG Pactual diversificou e aumentou outras linhas de receita para não depender de uma única atividade.
O banco sempre teve crescimento em linhas mais voláteis do negócio, como IB e Sales & Trading, áreas com alta dependência de ofertas públicas de ações, dívidas, além da mesa de operações. Segmentos nada fáceis para um ambiente como o Brasil.
Atualmente, o Banco se encontra em uma situação na qual se beneficia dos setores mais resilientes, como gestão de fundos e fortunas (asset e wealth management), em que a grande maioria da gestão de riquezas apenas mudam de ativos conforme o cenário econômico, mas não se desligam do Banco.
Nas áreas mencionadas, o “custo de troca” do cliente é mais elevado, ou seja, é melhor levar todo o dinheiro para um único lugar e apenas fazer a gestão por lá.
Além disso, com o mercado favorável para a renda fixa, o cliente se mantém no BTG e faz investimentos nessa modalidade, inclusive o próprio banco possui um crescimento expressivo do seu patrimônio em CDI.
Destacamos a alta resiliência do BTG como uma empresa para todos os cenários (“all weather stock”). Levando em consideração os últimos resultados e previsões macroeconômicas, reiteramos recomendação de COMPRA para BPAC11.
Kepler Weber (KEPL3)
A Kepler Weber é líder em soluções para armazenagem e pós-colheita. Com mais de 30% de market share, a companhia produz silos metálicos, secadores, máquinas de limpeza de grãos entre outros equipamentos e soluções para médios e grandes agricultores, agroindústrias, portos e terminais ferroviários.
A nossa tese de investimentos no papel se baseia no fato de o Brasil possuir um déficit de armazenagem relevante, ou seja, a nossa produção cresce mais do que a capacidade de armazenamento.
A capacidade instalada de armazenagem nas fazendas brasileiras é de apenas 17%, inferior quando comparamos com outras potências agrícolas como os Estados Unidos (65%), União Europeia (50%) e Argentina (40%).
E, para a próxima década, mesmo com um cenário otimista, essa realidade não deve mudar. Para reverter esse cenário, teríamos que, no mínimo, crescer cerca de 10,8 milhões de toneladas armazenadas ao ano até 2033, a nossa média histórica, nos últimos 20 anos, é de apenas 5,3 milhões de toneladas ao ano.
Posicionada no agro, um dos setores mais resilientes da nossa economia e o que mais cresceu nas últimas décadas, Kepler é uma ótima opção em um cenário de Selic mais elevada. Outro aspecto importante é que a empresa é caixa líquido (mais caixa do que dívida).
A Kepler Weber é uma joia brasileira do agronegócio e está pronta para capturar as oportunidades da super década para o agro, seja qual for o cenário de juros.
Lucrativa, rentável e com visibilidade de crescimento no longo prazo, mantemos COMPRA para KEPL3.
BB Seguridade (BBSE3)
A BB Seguridade é uma holding que investe em empresas que atuam nos segmentos de seguros, previdência privada, capitalização e distribuição.
Controlada pelo Banco do Brasil, a empresa utiliza as agências e plataformas digitais do banco como canal de distribuição, o que proporciona uma vantagem competitiva significativa no setor.
Basicamente, as seguradoras ganham dinheiro de duas formas: por meio da emissão de prêmios de seguros e do investimento dos prêmios recebidos.
A emissão envolve a avaliação do risco associado a um cliente ou ativo e a determinação de um prêmio de seguro apropriado para cobrir esse risco. Além disso, as seguradoras investem os prêmios recebidos em títulos de renda fixa antes de serem necessários para pagar possíveis indenizações, o que gera receita financeira e contribui, positivamente, no lucro líquido.
Ou seja, com uma taxa Selic mais elevada, os retornos dos prêmios investidos se tornam mais atrativos. Além disso, pelo histórico e resiliência, acreditamos que a seguradora cumprirá o guidance até o final de 2024, mesmo em um cenário doméstico incerto.
Com um dividend yield (rendimento anual de proventos) de 8% para 2024 e se aproximando de dois dígitos para 2025, a BB Seguridade está oferecendo boas perspectivas de retorno ao investidor, o que a torna uma opção bastante atraente no momento. Nossa recomendação é de COMPRA para BBSE3.
Inter (INBR32)
Os bancos são conhecidos por sua rentabilidade, especialmente em países como o Brasil, onde as taxas de juros são elevadas. Bancos tradicionais repassam essas taxas para empréstimos, o que gera altos lucros. No entanto, o cenário está mudando com a ascensão de bancos digitais como o Banco Inter e o Nubank, que estão inovando no setor.
Nesse sentido, temos preferência para o Inter. O banco começou muito bem o segundo ano do Plano 60/30/30, que tem como principais metas chegar a 60 milhões de clientes, 30% de índice de eficiência (despesas/receitas, quanto menor, melhor) e 30% de ROE (retorno sobre o patrimônio) em 2027.
Adicionalmente, a companhia também possui metas para entregar um lucro de R$ 5 bilhões e alcançar uma carteira de crédito de R$ 100 bilhões.
Apesar de já ter subido quase 450% desde a mínima em mar/23, a ação do Inter ainda tem potencial para se multiplicar por mais de 4 vezes, utilizando como premissas o guidance de R$ 5 bilhões de lucro em 2027 e um múltiplo P/L conservador de 15x. Nossa recomendação é COMPRA para INBR32!
Itaú (ITUB3)
Encerrando a lista de ações para uma estratégia defensiva diante do provável ciclo de alta da Selic, está um dos maiores bancos da América Latina, o Itaú.
Em períodos de incerteza econômica e de Selic alta por mais tempo, bancos tradicionais, como o Itaú, tendem a se beneficiar. Isso ocorre devido ao aumento da demanda por crédito e da margem financeira com clientes, que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos depósitos e o que eles cobram nos empréstimos.
Além disso, considerando o crescimento da carteira de crédito, a inadimplência voltando a cair, o lucro líquido subindo dois dígitos trimestre a trimestre, um ROE de mais de 22% e Basileia próximo a 17%, além de outros índices de capital controlados, a tendência é de um bom dividendo complementar para o exercício de 2024, que deverá ser anunciado no início do próximo ano.
Negociando a menos de 8x lucros (abaixo da sua média histórica) e com um dividend yield de mais de 8%, seguimos com nossa recomendação de COMPRA para ITUB3.
Espero que você tenha gostado de saber sobre essas ações que têm nos empolgado muito por aqui.
São papéis recomendados pelos analistas da Nord Investimentos para proteger seus investimentos em momentos de incerteza e te dá a chance de ganhar até nas quedas.
Enquanto muitos entram em pânico, faça o movimento certo para preservar seu patrimônio.