Ações para comprar em julho indicadas pela Carteira Valor valem a pena?

Após o dólar atingir patamares astronômicos nas últimas semanas, as empresas exportadoras ganharam ainda mais espaço na Carteira Valor para julho.

É interessante notar que a seleção se concentrou nas ações das empresas que mais puxaram a valorização do IBOV.

A estratégia das corretoras participantes é se defender das quedas do IBOV, segurando os ativos com maior peso na composição do Ibovespa B3, como Petrobras, Vale e Itaú.

As 10 ações mais indicadas pela Carteira Valor em julho

Fonte: Valor Econômico

Por que as exportadoras ganham mais espaço nas indicações?

No país das commodities, o dólar mais alto explica a preferência pelas exportadoras, devido à disparada da moeda, que encerrou junho em R$ 5,59, com uma valorização de +6,6% no mês.

Inclusive as exportadoras foram as responsáveis pela alta do Ibovespa no mês de junho, dado o seu grande peso no índice. O Índice Small Cap, por exemplo, que tem uma menor exposição às empresas atreladas às commodities e aos bancos, encerrou o mês em queda de -0,4%, enquanto o índice IBOV fechou em +1,5%.

Dessa forma, com dólar acima dos R$ 5,50, as exportadoras ganharam mais espaço nas carteiras recomendadas.

As ações que gostamos para julho

Dentre as dez ações mais recomendadas da Carteira Valor, destacamos a recomendação de compra para três companhias.

A Vale (VALE3) é a maior mineradora do mundo e, apesar das incertezas em relação à economia chinesa, possui uma operação altamente rentável que se traduz em uma forte geração de caixa.

A 3R Petroleum (RRRP3), por sua vez, tem uma perspectiva de crescimento de produção elevada, com uma estimativa de atingir cerca de 60 mil barris/dia (47 mil barris/dia atualmente), desconsiderando a combinação com a Enauta.

Além das exportadoras, também temos recomendação de compra para o Itaú (ITUB3) e BB Seguridade (BBSE3), uma vez que os dois têm histórico de lucratividade e rentabilidade.

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As ações que não gostamos 

Dentre as principais recomendações da Carteira Valor que não agradamos, destacamos a Petrobras (PETR3; PETR4) e a Cosan (CSAN3), que não estão presentes nas nossas carteiras. 

Em relação à Petrobras, é inegável a capacidade de gerar caixa. No entanto, ficamos desconfortáveis com o histórico e a perspectiva de ingerências sobre a companhia.

Além das constantes mudanças nas diretorias e presidência, o que afeta a gestão da estatal, os riscos relacionados à política de preços e ao plano de investimentos, o que pode pressionar os resultados da empresa no médio e longo prazo.

Os múltiplos baixos que a petroleira negocia são reflexo dos riscos que ela carrega. Sem uma margem de segurança, considerando o valor e o risco, ficamos de fora das ações da Petrobras.

No que diz respeito à Cosan, após um ciclo de investimentos elevados, a companhia começou a colher os frutos a partir de 2021, consolidando-se como uma holding relevante.

No entanto, o ciclo de investimentos e a aquisição de 4,9% das ações da Vale em outubro de 2022, pressionou as suas ações devido ao aumento do endividamento e aos juros elevados no período.

Sem conseguir exercer uma maior influência na gestão da mineradora e com uma estrutura de capital comprometida, a Cosan vendeu 0,8% da sua fatia na mineradora e, consequentemente, não exercerá as opções de compra de ações da Vale. 

Sem conseguir exercer uma grande influência na Vale, a holding indica que o foco agora será a desalavancagem e a geração de valor aos seus acionistas.

Esse novo ciclo da Cosan parece interessante e vamos acompanhar mais de perto, mas a alavancagem ainda é elevada e, diante das incertezas para o cenário macro, preferimos ficar de fora neste momento.

O melhor a se fazer com os seus investimentos 

As corretoras recomendam carteiras mensais, mas não faz nenhum sentido trocar de ações na virada do mês.

Além, é claro, de comprar ações por apenas um mês não dá tempo para as cotações seguirem os resultados.

Mas se você quer ganhos de capital investindo nas melhores empresas a longo prazo, o melhor a se fazer é acessar as carteiras ANTI-Trader (ações brasileiras) e Global Pass (ações internacionais).

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