A Tesla dará mais detalhes a respeito do seu sistema autônomo de direção integrado aos seus veículos — os robotaxis — na próxima quinta-feira, dia 10 de outubro, após o adiamento da data inicial prevista para agosto.

É esperado pelo mercado que seja apresentada uma demonstração das capacidades do que deve ser batizado de “cybercab” (em português seria cybertaxi).

Inicialmente, devemos ver carros (da Tesla) com sistemas autônomos de direção e que podem servir como veículos de compartilhamento.

Além dos carros e do funcionamento, esperamos a apresentação de algumas projeções sobre os custos necessários para a operação e manutenção desses veículos, bem como detalhes sobre a fabricação e as regiões onde eles irão operar inicialmente. 

Robotaxi da Tesla promete revolucionar os transportes

Esse evento não interessa apenas a investidores ou entusiastas da Tesla. Devemos ter diversas outras montadoras atentas ao evento, assim como empresas de ridesharing — entre elas, sobretudo, a Uber. 

A Uber será uma das companhias mais atentas ao evento da Tesla por conta da expectativa do lançamento em conjunto de um aplicativo para o uso desses carros para corridas compartilhadas. 

 Demonstração do app de robotaxis da Tesla. Fonte: Cleantechnica

A imagem acima, de 2019, é apenas uma representação gráfica do que pode vir a ser esse aplicativo, mas que pode ser uma ameaça real ao modelo de negócios e à posição de mercado da Uber nesta indústria de corridas. 

A promessa da Tesla, na qual muitos apostam, é que além da qualidade de seus veículos, a empresa consiga proporcionar aos seus clientes um pacote de valor. Assim, os proprietários desses carros, além de usá-los para locomoção, poderão monetizar seus automóveis enquanto não estão sendo utilizados sem a necessidade de colocar o tempo de trabalho. 

Ou seja, você poderá ganhar dinheiro com o seu Tesla. 

Essa é uma proposta de valor bizarramente boa para o proprietário do carro. Isso, claro, se for economicamente interessante — uma vez descontados os custos operacionais e a depreciação do veículo. 

Isso não atinge apenas a Uber. As demais montadoras, seja de carros elétricos ou de combustão, também estão com o alerta ligado à medida que essa monetização dos automóveis pode reduzir drasticamente o custo de se ter um Tesla.

Se esse projeto entregar tudo o que promete, a indústria automobilística pode passar por uma disrupção que não vimos desde os métodos de fabricação da Ford. 

Fugindo das ameaças

A indústria automobilística sempre foi dinâmica. Empresas estão constantemente trabalhando ano a ano para lançarem modelos novos, com novas funcionalidades e melhor desempenho. 

Mas essa indústria sempre teve como foco o “hardware” — o próprio veículo. Ao longo dos últimos anos, além das capacidades e parâmetros de desempenho dos carros, as montadoras têm investido cada vez mais no desenvolvimento de software e de funcionalidades que possam agregar valor ao produto. 

Desde mecanismos de sensores para assistir na navegação, sistemas para assistência na manobra de estacionamento como park-assist e autopark e tantas outras funcionalidades que possam agregar à experiência dos carros.

Toyota e VW estão em desvantagem na corrida pelos softwares automotivos

Em 2022, empresas como Toyota e Volkswagen já anunciavam suas versões de piloto automático em seus carros para fazer frente aos modelos que a Tesla oferecia. Mas, assim como os da Tesla até hoje, ainda muito longe de poderem ser independentes de condutores atentos por trás dos volantes. 

 Notícia de anúncio da Toyota sobre lançamento do piloto automático. Fonte: Forbes

Ou seja, se o cybercab da Tesla estiver muito à frente disso, essas companhias terão de remar muito para não se tornarem obsoletas na tecnologia. 

Uber pode vencer Tesla na ‘corrida’ pelo carro sem motorista?

A Uber também tem agilizado sua transformação para se adaptar a esse mercado que pode ter mudanças bastante drásticas. A grande vantagem que eles têm nessa história é que não possuem os carros e nem os fabricam. Sua função é simplesmente ser o intermediário entre os proprietários de automóveis (motoristas) e os usuários (passageiros). 

Mesmo em um cenário onde os veículos não necessitem de motoristas para conduzir as corridas, a Uber pode continuar fazendo o papel de “middleman” entre os proprietários e os passageiros.  

 Anúncio da expansão da parceria entre Uber e Waymo. Fonte: Waymo

Uber expande parceria com Waymo

Em setembro, a Uber e a Waymo (empresa da Alphabet) anunciaram uma expansão de sua parceria para oferecer corridas conduzidas por carros autônomos nas cidades de Austin e Atlanta, ambas nos EUA. 

No caso, a Uber, além de ser uma intermediadora, também irá realizar serviços ligados à administração desses veículos. Desde serviços de limpeza, até manutenção e logística. 

Essa parceria entre a Uber e a Waymo já oferece mais de 100 mil corridas semanais em cidades como São Francisco, Phoenix e Los Angeles. 

Ou seja, de forma antecipada, a Uber por mais que não possua a tecnologia de piloto automático, tem se posicionado como pioneira na oferta desse serviço. 

Ganhe dinheiro com seu Tesla: a nova promessa de Elon Musk

A narrativa para o futuro da Tesla é maravilhosa. Dez anos atrás a promessa era que a empresa iria conseguir entregar carros muito bons a preços competitivos — o que vem sendo feito. 

Para os próximos dez anos, a promessa é que além de entregar automóveis bons a preços competitivos, os proprietários poderão monetizar os seus veículos colocando-os dentro de uma plataforma de compartilhamento de corridas. 

Ainda levará um tempo para que esse cenário venha a se concretizar. Inicialmente o cybercab deve funcionar de forma parecida com a parceira que a Uber tem com a Waymo, mas com a Tesla fazendo ambas as partes. 

O carro e o aplicativo ainda não devem estar abertos para que “qualquer um” com um Tesla possa listar e disponibilizar seu veículo — mas é uma questão de tempo. 

Mas esse cenário “céu de brigadeiro” não é desconhecido pelo mercado. A Tesla é precificada pelo mercado com base em projeções robustas de crescimento. 

 Ebitda e EV/Ebitda de Tesla. Fonte: Bloomberg

Vale a pena comprar ações da Tesla (TSLA34)?

Não recomendamos compra para Tesla (TSLA34). Atualmente, a empresa negocia a um EV/Ebitda esperado para os próximos 12 meses de 55x, múltiplo muito acima de outras montadoras tradicionais e de montadoras novas, sobretudo as chinesas, que vêm crescendo a ritmos bem acelerados.

Boa parte da história construída pelos entusiastas da empresa já parece estar no preço. 

Além disso, como vimos acima, a companhia não é a única que tem se mobilizado para se adaptar a uma transformação na questão de mobilidade. Outras montadoras também têm investido de forma substancial em tecnologias de piloto automático, assim como o surgimento de empresas que focam apenas nisso, como é o caso da Waymo.

A integração entre a montagem e venda do carro, com uma plataforma que intermedeia corridas, pode ser uma vantagem competitiva para a empresa. Contudo, não parece que fará dela a única e exclusiva ganhadora. 

Diante disso, estamos bastante animados para acompanhar o evento de lançamento do robotaxi (ou cybercab) nesta semana. Mas preferimos acompanhar à distância, sem estarmos expostos às ações da companhia.

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