Se você acompanha pelo menos de longe o mercado de criptoativos, viu que esta semana foi cheia de emoções, assim como nos mercados globais.

No mercado cripto, houve um movimento que representou o começo de algo muito preocupante.

Contextualizando de forma rápida o fato, recentemente, a FTX, segunda maior corretora do mercado de criptoativos, veio a decretar falência após diversas tentativas de salvar o pescoço.

Isso tudo aconteceu em menos de uma semana!

Como exemplo, para se entender a gravidade da situação, é como se a Nasdaq nos EUA decretasse falência, ou o BTG Pactual aqui no Brasil fizesse o mesmo, de forma inesperada para todo o mercado. Essa é a representatividade que a FTX tinha para o mercado cripto.

Vamos para a parte factual do que aconteceu.

A queda do império FTX e Alameda Research

Todos os rumores começaram quando o Changpeng Zhao (CZ), CEO da Binance, espalhou um temor no mercado acerca da FTX, falando que a empresa poderia ter problemas quanto à liquidez.

Em seguida a esse anúncio, declarou que a Binance começaria a liquidar todos os tokens FTT (token da corretora FTX) no balanço da Binance, por medo do risco de liquidez da corretora.

CZ detinha cerca de US$ 2 bilhões em FTT, token da corretora FTX, por ter sido um investidor no começo da corretora, lá em 2019, e ter vendido sua participação em 2021, recebendo parte do pagamento em tokens FTT.

Fonte: CZ via Twitter/ Reprodução

A base para esse temor de CZ seria um relatório da CoinDesk, site de notícias e estudos de cripto, alertando sobre os possíveis problemas de liquidez da Alameda Research, braço de Venture Capital da corretora FTX.

O relatório mostrava que Alameda teria mais dívidas do que capital líquido para honrar, e boa parte do balanço da Alameda estava em FTT, tokens da FTX.

Para se ter ideia do quão grave era a situação: dos US$ 15 bilhões de saldo da Alameda, US$ 6 bilhões estavam no token FTT. Uma concentração surreal e ilíquida que representa nada menos que o dobro da oferta circulante de FTT.

Com isso, o mercado entrou em desespero e os usuários da FTX começaram a pedir resgate dos seus saldos que estavam na corretora.

Além disso, esses anúncios iniciaram uma queda no token FTT.

Fonte: CoinMarketCap

Com as quedas, veio a liquidação de alguns dos ativos que Alameda e FTX tinham em seus balanços, trazendo mais incertezas aos investidores quanto à sua liquidez.

Com o preço do FTT caindo rapidamente, aumentava a tensão quanto à liquidez da FTX e se os fundos dos usuários estavam seguros. Consequentemente, o Sam Bankman-Freid, CEO da FTX, anunciou, no dia 08/11/2022, que faria uma transação estratégica com a Binance para resolver a crise de liquidez que a corretora FTX estaria passando, com inúmeros saques sendo efetuados a todo instante.

Cerca de US$ 6 bilhões foram retirados em 72 horas antes que os saques fossem interrompidos na tarde de 8 de novembro.

Mais tarde naquele dia, a Binance concordou em adquirir a FTX e conter quaisquer preocupações de liquidez caso ela passasse em uma rigorosa auditoria.

Sim, isso mesmo, o concorrente que “derrubou” a FTX, expondo suas falhas, concordou em comprá-la – com algumas condições!

CZ se manifestou no Twitter declarando que a Binance havia assinado uma Carta de Intenção (Letter Of Intent, ou LOI) não vinculante para a compra da FTX. Ou seja, ele iria realizar a avaliação dos balanços da FTX e, se estivesse de acordo, compraria a corretora. Caso contrário, ele apenas não compraria, sem nenhum tipo de penalidade.

Menos de 24 horas depois, após revisar o balanço da FTX, a Binance se afastou do acordo alegando que “os problemas estão além de nosso controle ou capacidade de ajudar”. Eles também citaram explicitamente “relatos sobre fundos de clientes mal administrados e supostas investigações de agências dos EUA” como outros motivos.

Fonte: Binance via Twitter/ Reprodução

Sam informou aos investidores, no dia 09/11/2022, que a FTX precisaria pedir falência, com um rombo de até US$ 8 bilhões.

Infelizmente, os danos desse colapso do mercado se espalharam por toda parte devido à importância da FTX e à sua rede de investimentos que a Alameda Research apoiou usando o token FTT.  

O que fazer diante disso?

O momento exige extremo cuidado para nós, investidores do mercado cripto.

No Nord Crypto Master, tínhamos uma reserva de caixa robusta, que segurou boa parte da queda da nossa carteira e nos deu a oportunidade de comprar uma quantidade interessante de bons ativos, não correlacionados com o fato da Alameda e da FTX, a preços muito baixos.

Isso nos rendeu um lucro de mais de 30% em um dos ativos adicionados à carteira em meio ao caos.

Nesses momentos, é extremamente relevante separar o que é ruído do que é fato e, além de ter extrema cautela, saber onde alocar seu dinheiro no mercado de criptoativos.

O pior ainda pode estar por vir. A Alameda e a FTX devem começar a liquidar boa parte de seus ativos em breve, e a investigação criminal está em curso para investigar se houve má-fé. Muitos clientes devem processar a FTX e, pelo caminho que se trilha, deverão ter ganho de causa.

O momento é de cautela e sabedoria, e é isso que eu quero passar para vocês, o mesmo que venho passando para meus clientes no Nord Crypto Master!

Se você quiser se juntar a nós para ter esse acompanhamento, deixo aqui o convite:

Quero o acompanhamento do Nord Crypto Master!

Por fim, o recado mais importante: evite ao máximo deixar os seus saldos em corretoras! Faça a sua própria custódia!

Espero você do outro lado!


Um abraço,