Investir no Tesouro Direto é uma das opções mais populares entre os investidores que desejam alocar seu dinheiro de forma segura e rentável no mercado financeiro. No entanto, há alguns erros comuns que podem comprometer o desempenho e a rentabilidade dos investimentos.

Continue sua leitura para entender quais são os cinco maiores erros cometidos pelos investidores do Tesouro Direto e saiba como evitá-los.

Sumário

Assista o vídeo: Prejuízo no Tesouro Direto?

Neste vídeo, a analista de renda fixa da Nord Research, Marília Fontes, faz uma análise detalhada sobre os erros mais comuns cometidos pelos investidores do Tesouro Direto. Confira e saiba como evitá-los. 

Importância de investir corretamente no Tesouro Direto

Investir no Tesouro Direto tem se tornado cada vez mais popular por ser uma forma de investimento econômica, segura e fácil. No entanto, é importante saber como investir corretamente para alcançar seus objetivos financeiros e não ter problemas no processo, como prejuízos. 

Além de considerar a diversificação dos investimentos para reduzir o risco, você deve conhecer bem os diferentes ativos, como funciona o Tesouro, taxas e impostos. 

Isso porque, se você investe no Tesouro Direto sem critérios ou conhecimentos algum, não alcançará os resultados esperados. 

Os maiores erros dos investidores do Tesouro Direto

Para não cometer erros ao investir no Tesouro Direto, você deve conhecer quais são os principais equívocos desse tipo de investimento e entender como não cometer eles. 

Confira abaixo quais são os 5 maiores erros dos investidores do Tesouro Direto e saiba como evitá-los. 

Erro 1: Achar que só existe um Tesouro Direto

O maior erro é achar que o Tesouro Direto é composto por apenas um tipo de título. Na realidade, existem três tipos: pré-fixados, pós-fixados e títulos indexados ao IPCA:

  • Pré-fixados: estabelecem a taxa de juros no momento da compra. São bons quando as taxas de juros estão baixas, mas arriscadas se as taxas aumentarem. Por exemplo, rendimento fixo de 5%;
  • Pós-fixados: os rendimentos dependem de índices como o CDI ou a taxa Selic, o que significa que variam com o tempo. São uma escolha quando se espera que as taxas de juros aumentem. Por exemplo, rendimento de 100% do CDI;
  • Indexados ao IPCA: acompanham a inflação, protegendo o investidor do impacto do aumento dos preços, é o título IPCA+.

Cada um se comporta de maneira diferente em cenários macroeconômicos distintos. Por exemplo, os pós-fixados rendem mais com o aumento da taxa Selic e são ideais para reservas de emergência. Já os pré-fixados e IPCA são mais adequados quando as taxas de mercado estão caindo, mas não devem ser usados para reservas de emergência devido ao risco de prejuízo ao resgatar antes do vencimento.

Como evitar esse tipo de erro

Para não cometer esse erro, é importante conhecer os tipos de investimento no Tesouro Direto, avaliar as taxas e analisar o cenário macroeconômico para escolher o que melhor esteja alinhado com suas expectativas de mercado.

Erro 2: Diversificar os indexadores sem considerar o momento

Muitos investidores cometem o erro de diversificar entre os diferentes tipos de títulos sem considerar o momento econômico atual. Muitas vezes, sem entender as vantagens de cada um, acabam acreditando que o melhor é adquirir uma pequena quantidade de cada tipo de título. 

No entanto, cada título tem seu momento certo de compra, dependendo do cenário econômico. Por exemplo, títulos pós-fixados são ideais quando as taxas de juros estão subindo, enquanto os títulos pré-fixados e IPCA+ são mais indicados quando as taxas de juros estão em queda.

Como evitar esse tipo de erro

Para não cometer esse tipo de erro, é fundamental avaliar o cenário econômico e escolher o tipo de título mais adequado para o momento. 

Analise o cenário econômico e o desempenho de outros títulos antes de investir.

Se você comprar um título pré-fixado ou IPCA+ quando as taxas de juros estão subindo, você pode até mesmo ter prejuízo de marcação a mercado. Se for necessário fazer o resgate antes do vencimento, em alguns casos, você pode até mesmo tirar menos que o valor investido. 

Erro 3: Não se atentar aos vencimentos

Dentro de cada categoria de títulos do Tesouro Direto, existem vários vencimentos disponíveis. A escolha do vencimento certo é importante porque pode afetar seus retornos. 

Isso porque, títulos com vencimentos muito longos podem sofrer oscilações de preço. Por exemplo, um título pré-fixado de 10 anos terá uma variação de preço muito mais expressiva do que um título de 1 ano. Ainda que seja um título IPCA+, atrelado à inflação, isso pode ocorrer em momentos de crise extremas como foi a pandemia de Covid-19 em 2020. 

Como evitar esse tipo de erro

Portanto, você deve sempre considerar o vencimento do título para evitar perdas significativas. 

Se você acha que a longo prazo as taxas irão cair, pode escolher títulos com vencimentos mais longos. Contudo, é sempre importante considerar que títulos longuíssimos têm mais chances de sofrer com imprevistos, como foi a pandemia. 

Erro 4: Desconsiderar os custos envolvidos

Investir no Tesouro Direto envolve custos. Mesmo sendo um investimento considerado econômico, tem custos que devem ser considerados, especialmente se você resgatar o título antes do vencimento. 

Os principais custos de investir no Tesouro Direto são:

  • IOF (Imposto sobre Operações Financeiras): é cobrado nos primeiros 30 dias de investimento. Começa em 99% do lucro após o primeiro dia, até chegar em 0% após o trigésimo dia;
  • Imposto de renda regressivo: os investimentos têm incidência do Imposto de Renda seguindo a tabela regressiva. Sendo assim, até 180 dias há uma taxa de 22% e acima de 720 dias de investimento, a alíquota é de 15%;
  • Custos da B3: em geral, a taxa da B3 é de 0,20% ao ano. Mas, ela pode variar para alguns títulos;
  • Spreads de compra e venda: valor que você deve pagar para fazer a compra e venda do título. A curto prazo, pode chegar a até 12% em alguns casos. 

Como evitar esse erro

Para não cometer esse tipo de erro, é essencial avaliar quais são os custos de seu investimento. Você também deve analisar se pretende vender o título antes do vencimento, isso pode aumentar seus gastos. 

Erro 5: Confundir o mercado secundário com o Tesouro Direto

Por fim, um erro comum é confundir o mercado secundário com o próprio Tesouro Direto. 

Primeiramente, o Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional que oferece transparência e preços justos para todos os investidores, ou seja, todos pagam os mesmos valores. Já o mercado secundário de títulos é um mercado de balcão, onde os preços podem variar conforme a oferta e demanda. 

Assim, se o investidor não estiver familiarizado com os preços do Tesouro Nacional, pode comprar títulos com taxas menores e perder rendimento. 

Como evitar esse erro

Para evitar esse erro, é importante distinguir entre o Tesouro Direto e o Mercado secundário. 

Se você acha que está valendo a pena fazer a compra no mercado secundário, é importante verificar os preços justos de mercado, o que pode ser feito consultando sites especializados, como a Anbima. Isso garantirá que você esteja investindo a preços competitivos.

Conclusão: não cometa erros ao investir no Tesouro Direto

Neste artigo, conferimos os cinco principais erros que investidores cometem ao investir no Tesouro Direto. São eles:

  • Achar que só existe um Tesouro Direto;
  • Diversificar os indexadores sem considerar o momento;
  • Não se atentar aos vencimentos;
  • Desconsiderar os custos envolvidos;
  • Confundir o mercado secundário com o Tesouro Direto.

Para evitar esses erros, é fundamental entender os tipos de títulos e conhecer as particularidades do mercado. 

Lembrando que para fazer bons investimentos, você deve conhecer bem o mercado. Por isso, acompanhe o blog da Nord Research para ficar por dentro de novidades e atualizações sobre o mercado financeiro.