Custódia Remunerada: como realizar o aluguel de ações?

Descubra o que é e como funciona o aluguel de ações e veja se a compensação financeira vale a pena para seus objetivos como investidor.

Nord Research 04/08/2023 13:33 8 min
Custódia Remunerada: como realizar o aluguel de ações?

O aluguel de ações pode ser uma boa estratégia de investimentos para quem não deseja vender seus ativos no momento. Saiba como funciona neste post.

O mercado de investimentos oferece muitas alternativas e oportunidades de ganhos, sendo uma delas a custódia remunerada. Com essa opção, o investidor obtém um lucro adicional sem precisar dispor dos seus ativos.

A prática ainda desconhecida por grande parte dos investidores, gera dúvidas e desconfianças, por isso a importância de saber como funciona. Protegida pela bolsa de valores, a operação é segura e indicada para quem investe a longo prazo.

Se você está em busca de ampliar seus rendimentos sem correr maiores riscos, continue lendo e veja o que é o aluguel de ações, suas vantagens e como realizar esse tipo de operação!

Sumário

O que é o aluguel de ações?

Também chamado de custódia remunerada, o aluguel de ações é a operação que envolve o empréstimo de ações de um investidor para outro. Nesse caso, as duas partes envolvidas são doador e tomador. A primeiro “empresta” os ativos para o segundo mediante uma remuneração fixa pré-acordada.

Como funciona o aluguel de ações?

Com os leilões frequentes na Bolsa de Valores, muitos investidores enxergam oportunidades de lucros em operações de curto prazo, mas não possuem a quantidade necessária de ações para dar um lance.

É nesse cenário que a custódia remunerada acontece, já que o tomador “aluga” do doador, mediante uma taxa de custódia, as ações que serão negociadas. Essa taxa é conhecida como venda a descoberto, que significa comercializar um ativo não disponível na carteira.

Com o empréstimo tomado de um investidor de longo prazo, as ações são vendidas e recompradas mais baratas no momento de queda da bolsa. Assim, na data acordada, há a transferência dos produtos financeiros de volta ao doador, sendo a diferença embolsada pelos tomadores.

O prazo para o aluguel tem duração mínima de um dia, sem limite máximo, podendo ser renovados a cada término. Cada ação possui uma taxa própria de aluguel, definida levando em conta fatores como liquidez, risco, oferta e demanda, por exemplo.

Umas pagam mais, outras menos e o tomador pode consultar a tabela de custódia remunerada no site da B3.

Garantias

Embora o doador seja um investidor que se preocupa menos com a constante volatilidade dos seus ativos, o empréstimo depende de garantias. O tomador deve apresentar comprovações de que pode pagar o empréstimo, seja com dinheiro, títulos ou ações, deixando claro que não há riscos para o doador.

Custos do aluguel de ações

O aluguel de ações pode envolver cobranças como:

  • taxa de corretagem — pode ser cobrada tanto pela corretora, quanto pela instituição financeira responsável pela intermediação da operação;
  • taxa de registro — corresponde a 0,25% do valor total negociado sendo um mínimo de R$ 10;
  • emolumentos — cobradas pela B3 e pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) no momento da operação de compras e venda de ativos na bolsa para efetivar a negociação.

Enquanto o acordo for válido, o tomador pode utilizar os ativos por um curto prazo em operações diversas, sem que o doador possa fazer qualquer negociação.

Ativos passíveis de aluguel

Os ativos que podem ser custodiados são:

  • Ações;
  • BDRs — Brazilian Depositary Receipts (patrocinados e não patrocinados nível I);
  • ETFs — Exchange Traded Funds;
  • Units — ações ordinárias e preferenciais transacionadas conjuntamente;
  • Cotas de Fundos de Investimentos Imobiliários;
  • Cotas de Fundos de Investimentos em Participações.

Os ativos que mais se destacam como objeto de interesse para a custódia remunerada são os que apresentam maior liquidez de mercado. Entre as mais negociadas na Bolsa de Valores Brasileira, a B3, estão as ações das seguintes empresas:

  • Vale;
  • Petrobrás;
  • Bradesco;
  • Itaú;
  • Localiza;
  • Ambev;
  • Gerdau;
  • Suzano;
  • Weg;
  • B3;
  • Itaúsa;
  • Grupo Natura;
  • Hapyvida;
  • Lojas Renner;
  • RaiaDrogasil;
  • PetroRio;
  • Magazine Luiza;
  • Eletrobrás;
  • BTG Pactual;
  • BRF;
  • Telefônica;
  • Cosan.

Quais são os tipos de contratos de aluguel de ações?

Na custódia remunerada existem diferentes tipos de contrato para formalização do acordo entre as partes. Veja como funcionam!

Reversível ao doador

O investidor proprietário das ações pode cessar a custódia quando desejar, ou seja, antes mesmo de vencer o prazo acordado. Com isso, o valor referente à taxa será proporcional ao tempo em que os ativos estiveram sob custódia.

Reversível ao tomador

O tomador pode findar o aluguel antes do prazo combinado e terá até 4 dias para devolver os produtos financeiros ao doador.

Reversível ao tomador e doador

Ambas as partes, ou seja, doador e tomador podem dar fim ao aluguel de ações antes do prazo de encerramento previsto em contrato.

Vencimento fixo

Nenhuma das partes pode se antecipar no encerramento do empréstimo, devendo cumprir o prazo de vencimento acordado previamente.

Quais são as vantagens e desvantagens da custódia remunerada?

Os ganhos dessa estratégia têm origem no recebimento de dividendos das empresas e na valorização das cotações, o que pode ser vantajoso tanto para o doador quanto para o tomador.

Doador

  • propriedade inalterada – mesmo com o empréstimo doador permanece dono legítimo das ações em uma negociação sem riscos, já que os ativos são protegidos e garantidos pela B3;
  • rentabilidade extra – o investidor que não pretende vender suas ações tem a oportunidade de lucrar mais, já que a taxa de remuneração do aluguel de ações gira em torno de 2% 5% ao ano sobre o valor total do ativo;
  • custo – não há custos para o doador;
  • lucro com dividendos – proventos como juros sobre o capital próprio, bonificações, entre outros ganhos são destinados ao proprietário original dos ativos financeiros.

Tomador

  • arbitragem – o tomador pode lucrar com as oscilações das cotações de compra e venda;
  • hedge – possibilidade de usar a estratégia em operações no mercado futuro para proteger o patrimônio;
  • vendas cobertas como alternativa de ganhos em caso de queda nas cotações.

Sobre as desvantagens: para o doador, não há nenhum risco ou desvantagem que chame a atenção. A operação é segura. Já para o tomador, pesa a lucratividade dependente das oscilações constantes, por isso a importância de conhecer bem a volatilidade do mercado. Caso ele alugue as ações e o valor delas subam, ele terá de recomprar por cifras mais altas.

Como alugar ações?

Todo o processo de custódia remunerada é realizado por meio de uma corretora de valores. O investidor que deseja possibilitar o aluguel de ações deve indicar os papéis e quantidade disponíveis. Assim, o tomador sinaliza o interesse em custodiar os ativos, apresentando as garantias, acordando o prazo e taxas.

O doador pode participar eventualmente desse tipo de operação ou deixar definido junto à corretora como uma alternativa de estratégia. Os passos são simples:

  • escolha das ações que serão alugadas;
  • definição da quantidade de ações que serão custodiadas;
  • decisão sobre a taxa de negociação a ser usada.

Como tomar ações emprestadas?

Assim que o doador sinalizar a intenção de alugar suas ações, a corretora será responsável por encontrar um tomador com o perfil necessário. Definidos prazos e taxas, o contrato é elaborado e o tomador terá que:

  • pagar o valor acordado;
  • negociar as ações quando o preço estiver em alta;
  • aguardar a queda das ações na Bolsa;
  • recomprar por um preço mais baixo;
  • repassar ao doador as ações, bem como a taxa de aluguel referente ao tempo em que os ativos ficaram custodiados.

Como cancelar o aluguel de uma ação?

Geralmente o cancelamento de uma custódia pode ser feito na área do investidor na plataforma da corretora ou por meio da central de atendimento. A partir da solicitação, a mesa de operações prosseguirá com encerramento de um ou mais contratos ativos.

Para isso, o tomador já deve ter recomprado os ativos que estarão disponíveis, após a conclusão, para retornar à carteira do doador em até 4 dias úteis.

O aluguel de ações é lícito e uma forma de ter uma remuneração maior sem colocar a carteira de investimento em risco. É importante ter a expertise de uma boa corretora para intermediar o processo entre doador e tomador.

Na Nord você encontra todo o suporte que precisa para tomar suas decisões com segurança. Nosso time se dedica diariamente a fazer análises e não mede esforços para identificar as melhores alternativas do mercado, de acordo com o perfil e objetivo de cada parceiro.

Gostou do post? Então aproveite para conhecer as soluções da Nord Investimentos e contar com o acompanhamento e orientação de especialistas nas mais diversas áreas de investimentos do mercado.

Resumindo

O que é o aluguel de ações?

O aluguel de ações é a operação por meio da qual um investidor — chamado de doador nesse contexto — disponibiliza algum ativo da sua carteira para ser alugado por outro investidor, o tomador, mediante uma remuneração fixa pré-acordada. Essa prática também recebe o nome de custódia remunerada.

Quais são os ativos da custódia remunerada?

É possível realizar a custódia remunerada envolvendo ações, Brazilian Depositary Receipts (patrocinados e não patrocinados nível I), Exchange Traded Funds (ETFs), units, cotas de fundos de investimentos imobiliários, cotas de fundos de investimentos em participações, entre outros ativos.

Quais são os tipos de contratos de aluguel de ações?

Os tipos de contratos de aluguel de ações são: reversível ao doador (quando o doador pode cessar o aluguel quando bem entender), reversível ao tomador (quando tomador tem autonomia para encerrar antes do prazo), reversível ao tomador e doador (quando ambos podem encerrar antes da data de vencimento acordada) e vencimento fixo (quando as duas partes precisam respeitar o prazo acordado).

Tópicos Relacionados

Compartilhar