Alta no preço de alimentos pressiona ações da Camil (CAML3) e outras do setor
Conheça os riscos e oportunidades em ações de alimentos e bebidas na Bolsa
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Os alimentos são um dos principais responsáveis por puxar a inflação para cima. Mesmo com o recuo da inflação em janeiro (0,16% ante uma alta de 0,52% em dezembro, de acordo com o IPCA), a categoria de alimentos não deu nenhuma trégua. O que segurou a onda da inflação neste mês foi a queda no preço da energia elétrica, devido ao crédito do Bônus de Itaipu nas faturas de janeiro.
Para piorar, a alta dos combustíveis após o reajuste do ICMS neste mês deverá impactar o preço dos alimentos, afetando mais as famílias de baixa renda.
A combinação de juros elevados e inflação dos alimentos em ascensão pressiona as ações do agronegócio, alimentos e bebidas. Em 2025, Camil (CAML3) recua -22%, por exemplo.
Por que a alta no preço dos alimentos?
A alta nos preços dos alimentos no Brasil em 2024 foi influenciada por uma combinação de fatores internos e externos. Segundo dados do IBGE, os alimentos para consumo doméstico registraram um aumento de 8,23% no ano, superando a inflação geral de 4,83% no período.
Entre os motivos para a alta no preço dos alimentos, destacamos:
- Fatores climáticos: Eventos climáticos extremos, como estiagens e chuvas extremas, afetaram negativamente as safras agrícolas no Brasil, reduzindo a oferta de produtos essenciais e elevando os preços.
- Desvalorização cambial: A alta do dólar frente ao real tornou as exportações mais lucrativas para os produtores brasileiros, diminuindo a oferta no mercado interno e pressionando os preços para cima.
- Aumento dos custos de produção: A elevação nos preços de insumos agrícolas, como fertilizantes e combustíveis, encareceu a produção, refletindo-se nos preços finais ao consumidor.
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As oportunidades na Bolsa em meio a escalada de preço de alimentos
Diante desse cenário, quais ações de alimentos e bebidas estão com melhor preço na Bolsa? Existem oportunidades para investir em empresas do setor? Apresentamos nossas perspectivas e elencamos riscos em torno da alta de preços.
Agronegócio
As projeções para 2025 indicam uma recuperação na produtividade agrícola, especialmente na safra 2024/25. Espera-se que os preços da soja continuem pressionados, devido a estoques elevados, enquanto para o milho a expectativa é de aumento de preços, já que a produção prevista é inferior ao consumo.
Seleção 2025: Kepler Weber (KEPL3)
Alimentos e bebidas
No setor de proteínas, o Brasil manteve um desempenho robusto em 2024, liderando as exportações e recuperando rentabilidade.
Para 2025, a transição no ciclo pecuário pode afetar negativamente as margens das empresas focadas em carne bovina. Entretanto, a tendência dos consumidores em optar por proteínas mais acessíveis, aliada a um equilíbrio na oferta de aves e suínos e à demanda global aquecida, deve beneficiar empresas atuantes nesses segmentos.
O mercado mantém uma perspectiva otimista em relação ao desempenho das companhias do setor frigorífico em 2025. No entanto, ressaltamos a importância da cautela.
Entre os principais fatores de risco no médio prazo, destacamos a continuidade da demanda internacional, especialmente da China, o ciclo pecuário nos Estados Unidos e a reversão do ciclo do gado no Brasil, prevista para ocorrer em 2026.
Diante desse cenário e considerando a natureza cíclica do setor de proteínas, no momento, não recomendamos a compra para empresas de proteínas.
No mercado de bebidas, o crescimento econômico observado em 2024 impulsionou as vendas. Contudo, a previsão de aumento gradual da inflação nesse setor, combinada com uma desaceleração econômica e elevação das taxas de juros em 2025, poderá impactar a rentabilidade das empresas, como a Ambev (ABEV3).
Seleção 2025: Sem indicações.
O que pode reduzir o preço dos alimentos?
De acordo com o relatório “Commodity Markets Outlook”, publicado pelo World Bank no último trimestre de 2024, um alívio inflacionário nos alimentos em 2025 pode ocorrer mediante: i) uma queda no preço das commodities agrícolas globalmente, ii) uma supersafra de grãos no Brasil e iii) a estabilidade do dólar.
Investimentos para se proteger da alta da inflação
Para proteger seu patrimônio da alta da inflação, é recomendável considerar investimentos que ofereçam retornos atrelados à inflação ou que possuam mecanismos de correção monetária.
A série Renda Fixa PRO tem como foco principal recomendar títulos que ofereçam uma relação de risco e retorno atrativa. Atualmente, vemos boas oportunidades no Tesouro Selic e IPCA+2040, com ganho real acima da inflação.
Nas últimas semanas, publicamos opções de crédito privado e atualizações recentes sobre os bancos Daycoval e ABC Brasil.
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