Ações que mais subiram em agosto. São Martinho (SMTO3) e Vibra (VBBR3) estão entre elas
Mais um mês de 2023 se passou e, diferentemente dos anteriores, agosto não foi nada agradável para os investidores da bolsa brasileira.
O período, que está sendo chamado de “agosto do desgosto”, foi marcado pela queda de -5,09% do Ibovespa. O movimento vai na contramão do rali de alta de mais de +20% apresentado pelo índice desde março.
Entre outros motivos, a correção pode ser explicada por fatores macro, em especial pela elevação do risco fiscal, e micro, com muitos resultados do 2T23 não agradando o mercado.
Entretanto, o principal fator que contribuiu para a baixa no mês (e que também havia sido o motivador das altas recentes) foi o fluxo de investimento estrangeiro.
Ainda assim, muitos investidores podem se perguntar os porquês de a bolsa brasileira cair no mesmo mês em que o Copom iniciou o ciclo de corte dos juros no país, afinal, a taxa de juros é conhecida, historicamente, como a mãe da bolsa (juros para baixo, bolsa para cima).
Porém, é sempre importante lembrar que não é a Selic a mãe da bolsa, mas sim a curva de juros futuros, que já vinha precificando a queda da taxa básica desde março — período em que o rali dos ativos de risco foi iniciado.
Em agosto, os juros futuros voltaram a subir com o maior risco fiscal e tendem a continuar ditando o ritmo da bolsa até o final do ano. Seguiremos acompanhando essa correlação de perto para definir nossos próximos passos daqui para a frente.
Comentamos os cinco principais destaques no campo positivo e o que impulsionou a boa performance dos papéis no último mês.
As 5 maiores altas do Ibovespa em agosto
- São Martinho (SMTO3)
- Vibra (VBBR3)
- Petrobras (PETR4)
- Embraer (EMBR3)
- IRB (IRBR3)
Os papéis da São Martinho tiveram a melhor performance de agosto, com valorização de +7,95% no mês. Um dos maiores grupos sucroenergéticos do país, a empresa vem se beneficiando do aumento de preço dos combustíveis no Brasil e pela possível restrição nas exportações de açúcar pela Índia.
Assim como a São Martinho, a Vibra (antiga BR Distribuidora) também viu suas ações sendo impactadas pelo fator de reprecificação dos combustíveis e apresentaram alta de +7,76% no mês. Mesmo entregando um lucro -81% menor no 2T23, a companhia se mantém focada em seus planos de longo prazo, que incluem melhorias em sua eficiência operacional e redução de sua alavancagem financeira.
Ainda sobre a principal justificativa do movimento para as duas primeiras posições, não poderia faltar a Petrobras na lista de maiores altas do Ibovespa em agosto, cujas ações subiram +6,39% e contribuíram fortemente para que o índice não apresentasse queda ainda mais expressiva no período.
O preço dos combustíveis no país estava muito abaixo do mercado internacional, o que fez com que a estatal revisse sua estratégia de precificação e optasse por um aumento no mês, reduzindo o receio por parte do mercado de uma possível interferência política nas decisões da Petrobras, que também afetariam seus resultados.
A terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo ficou em quarto lugar no seleto ranking de maiores altas, com valorização de +5,29% em seus papéis após a empresa entregar resultados acima das projeções do mercado no 2T23 e boa visibilidade para os próximos trimestres. No período, a Embraer entregou 47 jatos e viu seu lucro líquido saltar +20%.
Por fim, as ações do IRB registraram ganhos de +4,47% em agosto, após a resseguradora manter seu processo de limpeza da carteira e reverter prejuízo de R$ 373 milhões no 2T22 em um lucro líquido de R$ 20 milhões no último trimestre (segundo período consecutivo de resultado positivo), trazendo, assim, maior esperança para seus acionistas sobre uma possível recuperação operacional e financeira.