Ações Comuns, Lucros Extraordinários
Philip Fisher ajudou a construir o que é hoje o Value Investing.
Com seu livro “Ações Comuns, Lucros Extraordinários” de 1958, Fisher mudou tudo. O Value Investing nunca mais foi o mesmo.
Fisher foi o inventor da análise dos aspectos qualitativos de uma empresa durante o processo de análise.
Em vez de focar apenas em aspectos quantitativos, o forte de Ben Graham (o pai do Value Investing), Fisher defendeu olhar para o negócio.
Fisher defendia comprar bons negócios. Posicionamento de mercado, integridade da gestão, como é a relação da empresa com seus funcionários e executivos…
...os processos de controle da empresa, como ela trata seus acionistas quando as coisas vão bem/mal e, principalmente, quais são as vantagens competitivas do negócio.
Parece natural olhar isso hoje. Mas foi revolucionário na época, nos anos 50.
Não é exagero dizer que as ideias de Fisher mudaram completamente o panorama de investimentos mundiais.
Fisher nos ensinou a identificar uma empresa bem posicionada para crescer acima da média por décadas.
Mas também nos deu importantes insights sobre o que não fazer com seus investimentos. Hoje, te apresento 3 deles:
1. Não exagere na diversificação
O princípio da diversificação é talvez o mais difundido no mercado. Os horrores de “colocar todos os ovos numa cesta só” são altamente disseminados.
Porém, poucos se atentam ao outro extremo: ter ovos em cestas demais.
Para Fisher, o maior problema em possuir ações em excesso é que poucas teriam potenciais realmente extraordinários e o investidor mal as conheceria.
Comprar uma ação sem conhecer suficientemente bem a empresa é muito mais arriscado do que diversificar pouco.
Mas quanta diversificação é realmente necessária?
Não existe número mágico. É pessoal. Depende de quantas empresas o investidor consegue acompanhar.
Uma carteira com 10 ações, com 8 do mesmo setor é, claramente, mais arriscada do que uma carteira com uma ação por setor.
E Fisher fala sobre fatores de risco — características que levam os lucros a se comportarem de maneira similar.
Além disso, Fisher divide as empresas em 3 categorias de risco (risco do negócio, e não das ações), com investimentos iniciais máximos de 20%, 10% e 5%.
A maior alocação iria para o grupo A, empresas já consolidadas com maior qualidade de resultados.
No grupo B o risco seria maior, negócios mais jovens ou que dependem mais das vendas.
Por fim, o grupo C é composto por empresas “tudo ou nada”: ou geram grandes lucros, ou perdas completas, ou quase completas do seu capital.
Fisher deixa bem claro que risco vem do negócio, e não da volatilidade das ações.
2. Não seja influenciado pelo que não importa
Informações superficiais (inúteis) ganham muito mais atenção dos investidores do que deveriam.
A variação do preço de uma ação nos últimos anos é um belo exemplo. É ilógico e prejudicial ao seu dinheiro olhar o preço máximo e mínimo dos últimos anos.
O que define o preço de uma ação? O preço das ações depende de fluxo no curto prazo. Só isso. Desvios acontecem, é claro, como quando algum investidor grande é forçado a liquidar sua posição.
O preço atual é formado com as informações disponíveis hoje. O preço passado de uma ação não tem relação nenhuma com preço atual. A empresa hoje não é a mesma que foi ontem.
Procurar por aquela empresa “que não subiu ainda” é inconscientemente acreditar na ilusão de que todas as ações vão subir o mesmo tanto, assim como apenas olhar lucros passados não agrega valor na análise. O que importa é o lucro que pode acontecer no futuro e com qual probabilidade.
Outro erro importante é acreditar que o que aconteceu no passado vai continuar acontecendo indefinitivamente. Informação do passado só serve para nos ajudar a entender o futuro. Analisar os ciclos de resultados é um exemplo de boa análise do passado.
O múltiplo de Preço/Lucro passado serve de base para entender onde ele pode estar no futuro, mas o que importa são os lucros futuros.
3. Não siga a multidão
O alerta de Fisher aqui é para aqueles casos em que o fundamento não mudou, mas o mercado decidiu precificar uma ação de maneira completamente diferente.
Ações são como roupas, podem entrar ou sair da moda e isso pode produzir grandes distorções nos preços, capazes de durar meses ou anos.
Você conhece alguns termos que quando atrelados a alguma ação, fazem seu preço subir abruptamente — blockchain, banco digital, fintech, disruptivo…
O mercado é maníaco-depressivo, fuja das alucinações coletivas.
Pense de maneira independente. As melhores oportunidades não estarão onde todos estão olhando.
Nosso objetivo não é apenas recomendar os melhores negócios com preços inacreditavelmente baixos, mas também tornar o investidor cada vez mais capaz e independente.
O Value Investing pode mudar o futuro de seu patrimônio e o futuro de sua família.
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