A WEG (WEGE3) está cara? Veja nossa opinião
Nord Insider
Nesta segunda-feira, 03, os índices futuros de Nova York registram algum otimismo após a vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Lael Brainard, destacar a necessidade de monitorar o impacto da alta dos juros na estabilidade do mercado.
No Brasil, o resultado apertado do primeiro turno da eleição pode levar os investidores a reavaliarem suas apostas para o país.
Na agenda econômica, serão divulgados o Índice de Confiança Empresarial de março, Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) referente ao período entre os dias 19 e 26 do mês de referência, o relatório Focus semanal e o Índice de Gerentes de Compras (PMI) referente a outubro. Nos Estados Unidos, as atenções dos investidores estão voltadas para o PMI industrial americano referente a setembro e para a variação dos gastos com construção em agosto.
Principais assuntos de hoje
- A WEG (WEGE3) está cara? Veja nossa opinião;
- Prio (PRIO3) reforça foco em operações.
Morgan Stanley eleva preço-alvo de WEG (WEGE3); entenda o que achamos
As ações da WEG (WEGE3) saltaram direto de venda para compra na avaliação dos analistas do Morgan Stanley.
O banco de investimentos justificou, em relatório publicado na sexta-feira, 30, que vê muito potencial de crescimento graças à combinação do modelo de negócio com o momento favorável para automação, descarbonização e eletrificação da indústria global.
Além disso, os analistas também elevaram o preço-alvo da ação de R$ 26 para R$ 39, considerando que a companhia está hoje bem posicionada para a demanda global por eficiência energética na indústria.
O que achamos
Fabiano Vaz, analista de ações da Nord Research, diz que embora tenha uma visão positiva para a Weg, a expectativa de crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é de cerca de 15% em média até 2025, o que, na visão dele, é pouco para uma empresa que negocia atualmente a 28 vezes Ebitda.
A WEG está cara?
Ele acrescenta que “as ações da WEG estão caras” e destaca oportunidades mais interessantes no momento, como “Kepler Weber (KEPL3), Mills (MILS3) e Ambipar (AMBP3), dado o desempenho superior e valuation mais atrativo”, disse.
Recessão global representa um risco
Em relação à demanda global, o nosso analista comenta que uma possível recessão pode impactar as margens da WEG.
“Não vemos melhora na perspectiva de crescimento global por conta dos juros altos e sinais de desaceleração na China, Europa e Estados Unidos, o que pode levar o mundo para uma recessão”, pontua Vaz.
Ele também comenta que os preços do petróleo voltaram a subir após corte no fornecimento de gás para a Europa. “No curto prazo, não devemos ver grandes cortes em investimentos que buscam redução no custo de energia e de ganhos de eficiência.”
Os planos da empresa
Na semana passada, a WEG anunciou o investimento de R$ 660 milhões para ampliar sua capacidade de produção de motores industriais e de tração elétrica.
“O movimento é positivo em nossa visão, com a companhia mostrando foco no processo de transição energética, uma vez que isso poderá levar a uma maior eficiência e armazenamento de energia, redução do uso de combustíveis fósseis, além de impulsionar a mobilidade elétrica”, avalia Vaz.
Para nós, o foco das indústrias em serem mais eficientes e em linha com questões ambientais será o grande driver para o crescimento da WEG e seus equipamentos industriais e eletrônicos no longo prazo.
Diretor da Prio (PRIO3) reforça foco em operações, e não em aquisições
O diretor de operações da Prio (PRIO), Francilmar Fernandes, afirmou, em entrevista exclusiva à EXAME Invest, que o foco da empresa é “ter uma operação eficiente, com baixo custo, segurança e respeito ao meio ambiente”.
O executivo falou que a Prio tem atualmente três grandes projetos em suas linhas de atuação.
“Temos revitalização do Campo de Frade, o desenvolvimento do campo de Wahoo e Albacora Leste. Algo que vai absorver muita energia e concentração da equipe da Prio”, explica o executivo.
Mesmo sem Albacora (Albacora Oeste), o analista de ações da Nord Research, Victor Bueno, avalia que a Prio segue com um alto poder de fogo.
“Apesar da Prio não ter dado continuidade ao processo de aquisição do ativo — o que não a impede de buscar novas oportunidades em campos maduros no futuro —, a companhia segue com uma forte geração de caixa mesmo com o preço do petróleo ainda em patamares elevados”, avalia o analista.
Forte geração de caixa
Na visão de Bueno, a Prio vai entregar uma geração de caixa ainda maior nos próximos anos.
“A geração de caixa será cada vez maior após os projetos da empresa (Frade e Wahoo) somado a entrada de Albacora Leste nos resultados”, disse.
Para se ter uma ideia, apenas a campanha de Frade já adicionou 18,5 mil barris de óleo à produção diária de Prio — elevando a produção diária total para os mais de 50 mil barris.
No caso dos planos da petroleira, após concluir a primeira fase do plano de revitalização do campo de Frade, a Prio dará início à campanha de desenvolvimento de Wahoo, que poderá adicionar +40 mil barris por dia à sua produção.
O analista acrescenta que após a conclusão da aquisição, Albacora Leste contribuirá inicialmente com +27 mil barris diários — produção que poderá praticamente dobrar após a campanha de redesenvolvimento do campo no futuro.
Dá para ganhar com petróleo em baixa
Outro aspecto mencionado pela analista de ações da Nord Research, Danielle Lopes, é que a Prio está preparada para operar em um cenário de baixa nos preços do petróleo.
“Os preços são importantes, mas o investidor não precisa se preocupar. A companhia acredita que o petróleo permanecerá na faixa dos US$ 80, mas, ainda assim, sempre trabalhou com um Brent na faixa dos US$ 60, com controle de custos e boas aquisições de campos”, disse Lopes.
No longo prazo, a estratégia da Prio é continuar entregando bons resultados. “O foco é aumentar a sua produção (seja de forma orgânica, seja através de aquisições) e tornar sua operação cada vez mais eficiente, reduzindo o seu lifting cost (custo de extração)”, comenta a analista.
Nossa recomendação
Com grande visibilidade futura e negociando a 5,6 vezes Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), seguimos confiantes com a tese de investimentos em Prio (PRIO3).
Recomendação: Comprar