🎯 A segunda onda

Este é um ótimo momento para encher o carrinho de empresas com ótimos resultados e cotações em queda forte

Bruce Barbosa 12/04/2022 13:10 5 min Atualizado em: 12/04/2022 14:50
🎯 A segunda onda

O melhor índice de ações de 2022

Na semana passada, comentei sobre o fluxo gringo comprando Brasil em 2022. Juros baixos, injeções de estímulos nas economias mundiais e economias mundiais bastante aquecidas (superaquecidas) puxaram as commodities para cima.

O Ibovespa, altamente concentrado em commodities, vem se destacando como um dos melhores, se não o melhor, índice de ações do mundo.

Gráfico apresenta Ibovespa e S&P500 em 2022.
Ibovespa e S&P500. Fonte: Bloomberg.

O Ibovespa sobe +32 por cento em dólares e +12 por cento em reais em 2022, contra -8 por cento do SPX (-22 por cento em reais).

Estamos voando.

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O Ibovespa subindo é ótimo, mas aproveitando a deixa, você está gostando desta newsletter?

Eu (sempre às terças-feiras) e a Marilia (às quintas-feiras) estamos nos esforçando para trazer o melhor do mercado para você todas as semanas.

O que você gostaria de ver mais?

Recebi muitos elogios do tema da semana passada e gostaria de saber como podemos entregar ainda mais.

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Perdendo o trem da história

O IBOV subindo forte com as commodities é a história mais velha do mundo.

O interessante é a ENORME concentração das altas.

Altas e quedas do Ibovespa em 2022.
Altas e quedas do Ibovespa em 2022. Fonte: Bloomberg.

Em 2022, são 62 ações em alta, 31 em queda e 2 no 0x0.

Quase 70 por cento da alta do Ibovespa é explicada por 4 ações. Apenas 4 ações do total de 95 ações do IBOV.

  • Mais de um terço (33 por cento) da alta é explicada apenas por Vale (VALE3) subindo +25 por cento com o minério em alta.
  • Quase 12 por cento são explicados por Itaú (ITUB4) subindo +27 por cento sem motivo, apenas porque é uma das mais líquidas da bolsa.
  • Quase 11 por cento vêm de Petrobras (PETR4), em alta de +19 por cento com o petróleo e porque caiu demais ano passado.
  • E mais de 10 por cento vêm da bolsa B3 (B3SA3) em alta de +36 por cento também se recuperando de queda drástica em 2021 (mercado com medo da entrada de novas bolsas no Brasil).

Resultado: quem não tem essas ações ficou para trás…

E agora?

Alcance-me se for capaz

O Ibovespa está tão imbatível que vem deixando as SmallCaps comendo poeira.

Os gestores de ações que compram as empresas menores e mais promissoras estão desesperados.

Gráfico apresenta Ibovespa e Índice de SmallCaps nos últimos 12 meses.
Ibovespa e Índice de SmallCaps. Fonte: Bloomberg.

O índice de SmallCaps perde de -17 por cento contra -2 por cento do Ibovespa.

E o motivo é simples – as exportadoras de commodities são, normalmente, enormes, e as SmallCaps dependem mais de economia doméstica (com juros altíssimos, teremos PIB fraco em 2022).

O movimento faz sentido.

Mas o mais importante aqui é: esse movimento continua?

Warren Buffett também perde…

Permita-me um devaneio.

Buffett é o maior investidor de todos os tempos, mas sua performance teve um período obscuro de LONGOS 13 anos abaixo do índice S&P500.

Gráfico apresenta BRK e S&P500 entre 2009 e 2021.
BRK e S&P500. Fonte: Bloomberg.

Com os juros ficando MUITO baixos desde a crise de 2008 nos EUA, as ações de tecnologia (crescimento) subiram MUITO mais do que as ações de valor.

O velhinho é tão pão duro que simplesmente não consegue pagar caro em empresas.

Resultado: Buffett ficou de fora de algumas das empresas que mais se destacaram por muitos e muitos anos.

Historicamente, Buffett entregou rentabilidade de quase 2x o SPX, quase o dobro do índice.

Imaginem o constrangimento do "Mago de Omaha" perdendo do índice de ações que ele sempre trucidou.

Não deve ter sido nada fácil.

Pulando de galho em galho

O gif abaixo exemplifica bem o que fazem 99 por cento dos investidores em bolsa.

Comprei algo, não deu certo? Troco.

Não deu certo? Troco.

Mas isso não acontece com o maior investidor de todos os tempos.

Buffett perdeu para o índice por 13 longos anos, porém não mudou sua estratégia.

Continuou firme e forte comprando empresas que têm um belo crescimento de longo prazo (bons negócios) a um preço baixo.

Muitos (MUITOS) o criticavam.

Nos jornais dos últimos anos, encontramos uma infinidade de reportagens dizendo que Buffett havia perdido sua majestade.

Buffett estaria acabado.

Quem é rei nunca perde sua majestade

Com os juros voltando a subir nos EUA (e no mundo), as coisas voltam ao normal. O dinheiro vai ficar mais caro para quem não apresenta resultados.

As promessas de crescimento longínquo perdem seu brilho e o mercado olha novamente para as empresas com ótimos resultados HOJE.

E, é claro, o Mago de Omaha retoma seu trono.

Gráfico apresenta Berkshire e SPX nos últimos 12 meses.
Berkshire e SPX. Fonte: Bloomberg.

Provavelmente, ele dirá em sua reunião anual no final de abril: "Estamos apenas começando".

Do alto de seus 91 anos, Buffett continua em forma.

O rally das commodities

Em todas as recuperações de nossa bolsa, as maiores empresas, as mais líquidas sobem antes.

Foi assim em 2016, após o impeachment:

Gráfico apresenta Ibovespa e Índice de SmallCaps entre janeiro e maio 2016.
Ibovespa e Índice de SmallCaps. Fonte: Bloomberg.

Foi assim em 2020, na recuperação após a pandemia:

Gráfico apresenta Ibovespa e Índice de SmallCaps entre março e dezembro 2020.
Ibovespa e Índice de SmallCaps. Fonte: Bloomberg.

E é assim em 2022:

Gráfico apresenta Ibovespa e Índice de SmallCaps em 2022.
Ibovespa e Índice de SmallCaps. Fonte: Bloomberg.

Sempre foi e sempre será assim.

Os investidores mais ágeis, aqueles que "apostam" primeiro na recuperação, preferem as ações mais líquidas.

Afinal, eles ainda têm medo de uma piora do mercado e preferem ter a chance de sair.

Além disso, as commodities exportadas em moeda forte sempre contrabalanceiam o pessimismo exacerbado com a economia local.

Sempre temos o "rally das commodities".

A segunda onda

Lembre-se: as cotações, no curto prazo, são dominadas pelo fluxo.

A longo prazo, as cotações seguem os resultados.

Os rallys são dominados pelo fluxo.

As altas consistentes são carregadas pelos resultados.

Gráfico apresenta Ibovespa e Ebitda do IBOV nos últimos 10 anos.
Ibovespa e Ebitda do IBOV. Fonte: Bloomberg.

A primeira onda puxa as ações líquidas.

Puxa o Ibovespa. Ótimo.

Para nós, investidores de longo prazo, uma ótima oportunidade se abriu.

E este é um ótimo momento para ENCHER o carrinho de empresas com ótimos resultados e cotações em queda forte.

Este é um ótimo momento para se preparar para a SEGUNDA ONDA.

LargeCaps, SmallCaps, Microcaps… não importa.

Se os resultados são crescentes e você paga pouco por eles, é hora de comprar.

Comentamos sobre muitas delas neste espaço durante a semana. Acompanhe a gente por aqui.

Esteja pronto para a segunda onda.

Junte-se a nós.

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