Os 5 maiores erros de quem investe em CDBs, LCIs e LCAs

A carteira de produtos bancários pode ser o maior aliado ou pode destruir a flexibilidade de gestão de um patrimônio.

Marilia Fontes 18/07/2024 09:26 5 min
Os 5 maiores erros de quem investe em CDBs, LCIs e LCAs

Hoje gostaria de compartilhar alguns pontos importantes sobre investimentos em CDBs, LCIs e LCAs, produtos muito procurados atualmente. Apesar de suas taxas atrativas, é essencial conhecer e evitar alguns erros comuns para garantir uma carteira de investimentos saudável e rentável.

A carteira de produtos bancários pode ser o maior aliado de um investidor conservador ou pode destruir a flexibilidade de gestão de um patrimônio. 

Então, pensando nos erros mais comuns que aparecem nas carteiras que chegam à Nord Wealth, fiz uma lista para te ajudar a evitar esses erros. 

5 maiores erros de quem investe em CDBs, LCIs e LCAs

Escolher o indexador errado

É fundamental entender os diferentes tipos de indexadores: pré-fixados, indexados à inflação e pós-fixados. 

Os pré-fixados oferecem uma taxa fixa, como 12%, 13% ou 15%, que não muda ao longo do período do investimento. 

Já os indexados à inflação, como o IPCA+, oferecem um retorno baseado na inflação mais uma taxa fixa, como IPCA+5%. 

Os pós-fixados são atrelados a um percentual do CDI, como 100% ou 105% do CDI. 

É importante entender que cada um desses indexadores se dá bem em um cenário macroeconômico diferente.

Um erro comum é escolher um CDB pré-fixado em um momento de baixa taxa de juros, como quando a Selic estava em 2%. Ou, ainda, optar por um pós-fixado logo antes de um ciclo de queda da Selic, no qual a rentabilidade começa a cair, enquanto você poderia ter travado uma taxa maior nos prefixados. 

Portanto, é crucial escolher o indexador adequado com base no cenário macroeconômico. Se as taxas de juros estão baixas e você espera que subam, um pós-fixado pode ser mais vantajoso. Se as taxas estão altas e você espera que caiam, um pré-fixado pode ser a melhor escolha.

Avaliação do emissor

Não basta olhar apenas a taxa oferecida pelo CDB; é crucial avaliar a saúde financeira do emissor. 

Um exemplo foi um cliente que investiu no Banco Digimais sem analisar o balanço, o que o levou a um risco desnecessário. A carteira de crédito do Banco Digimais mostrou um aumento significativo na proporção de clientes com problemas de pagamento (classificação D-H), chegando a 39% em 2022, o que deixou o resultado do banco negativo. 

No entanto, bancos como o Daycoval apresentaram uma carteira de crédito mais saudável, mesmo atuando em setores de maior risco. E, quando comparamos as taxas oferecidas pelo Digimais, não eram tão maiores do que as oferecidas pelo Daycoval. 

Analisando os investimentos e comparando os riscos, você garante uma carteira rentável, mas sem renunciar à segurança

Comparar a taxa de um CDB com a taxa do governo pode ajudar a determinar se o risco assumido está sendo devidamente compensado. Por isso, é importante sempre verificar quem está emitindo o CDB e qual é a situação financeira desse emissor.

Confiar excessivamente no FGC

 O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) não deve ser sua única linha de defesa. Embora ofereça segurança até certo ponto, ele também possui suas limitações e riscos. 

O FGC possui uma disponibilidade de apenas 2,3% do valor que ele garante, o que significa que, em um cenário de crise financeira severa, pode não ter recursos suficientes para cobrir todas as garantias. 

Portanto, priorize investimentos em bancos sólidos e use o FGC como uma camada adicional de segurança, e não como a principal. Mesmo com a proteção do FGC, é essencial avaliar a solidez do emissor e diversificar os investimentos para minimizar os riscos.

Liquidez da carteira 

Evite travar toda a sua carteira em CDBs de longo prazo

A economia é cíclica e gera muitas oportunidades ao longo do tempo. Investir em CDBs com prazos mais curtos permite que você aproveite novas oportunidades à medida que surgem, sem ficar preso a investimentos de baixo retorno. 

Por exemplo, tem muito investidor que trava os investimentos por cinco anos para ganhar 105% do CDI. Para um CDI médio de 10% ao ano, isso representaria um retorno extra de 0,5% ao ano.  

Ao fazer isso, você pode perder oportunidades significativas de investimento em ações, fundos imobiliários e outros produtos que podem oferecer retornos muito maiores durante este período, como 40% ou 50% nominal. 

Manter parte da carteira em produtos com maior liquidez permite uma maior flexibilidade para aproveitar essas oportunidades.

Verificação da taxa justa de um título de renda fixa 

Este é um dos principais erros cometidos.

Sempre compare a taxa oferecida por um CDB com as taxas de referência do mercado. As mais confiáveis são disponibilizadas pela B3 e pela Anbima

Por exemplo, se você está considerando um CDB pré-fixado para um período de seis meses, verifique qual é a taxa justa para esse prazo na B3 (em “taxas referenciais B3”). 

Se a taxa oferecida pelo CDB for inferior à taxa de um título do governo para o mesmo período, esse CDB pode não ser uma boa escolha. 

Da mesma forma, para títulos indexados à inflação, consulte as taxas na Anbima (em “taxas para títulos públicos Anbima”). Se a taxa oferecida pelo CDB for inferior à taxa de um título IPCA+ do governo, reconsidere sua escolha. 

Evitando os erros acima, você construirá uma carteira de investimentos mais robusta e rentável.

E se precisar de ajuda, tenho um convite para você.

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