Diminua o risco no Brasil de sua carteira

Diversificação de investimentos no exterior

A gente quer desmistificar os investimentos no exterior e sabemos que existem muitas dúvidas a respeito do tema.

O analista de ações Renato Breia, responsável pelo Nord Wealth (braço de consultoria da Nord), comanda a news deste domingo com ensinamentos valiosos para você diminuir o risco no Brasil por meio da diversificação de investimentos no exterior.

O que você está prestes a saber é uma versão condensada da participação do Breia como convidado da Money Week 2021, o maior evento online de investimentos da América Latina.

Topa ficar até o final? Então vamos lá!

O fato é que dificilmente investidores estrangeiros (russos, europeus, americanos) concentram 100 por cento do patrimônio em seu país de origem.

Diversificar para outras geografias não só aumenta a proteção contra o maior risco de se manter posições atreladas ao real como também os ganhos.

Quando o país entra em risco de estagflação, como no momento, o mercado de ações tende a acompanhar a queda. Só nos últimos seis meses, o principal Índice da Bolsa de Valores brasileira caiu 12,33 por cento.

Sem necessidade de abrir conta no exterior

No passado, investir em ativos estrangeiros era uma operação para poucos, restrita a investidores profissionais qualificados. Hoje, a situação mudou muito.

O investidor brasileiro pode dolarizar seus investimentos por meio de corretoras locais, aplicando em BDR, ETF e Fundos de Investimentos. Ou, ainda, você pode abrir uma conta numa corretora fora, por exemplo a Avenue, e mandar dinheiro por meio de transferências internacionais para negociar as ações diretamente no país de destino.

Com dólar nas alturas, vale a pena investir fora?

Olhando somente para o preço do câmbio, muito provavelmente você continuará atrasando essa decisão. Então vamos pensar diferente agora.

Supondo que você já entendeu que investimentos são algo que você faz para um horizonte de longo prazo, você acredita que acertar o momento do câmbio nos próximos 3 ou 4 meses muda muito o cenário nos próximos 3 ou 5 anos, por exemplo?

Sendo transparente, eu acredito que não muda muito. Logo, o câmbio importa pouco.

Além do câmbio, outro aspecto pouco entendido pelos investidores é a inflexão sobre a valorização dos ativos internacionais.

Em 14 de maio de 2020, o dólar engatou altas seguidas e bateu novo recorde nominal de cotação (sem considerar a inflação), fechando no patamar de 5,97 reais pela primeira vez. Quem ignorou o câmbio e investiu nesse período pagou caro no dólar.

Agora, vamos supor que, nessa época, o investidor brasileiro tenha apostado nas big techs americanas ou em um ETF que replica o índice da bolsa americana, a Nasdaq, por exemplo. Nos últimos 12 meses, a Microsoft avançou 40 por cento, a Apple subiu 30 por cento e a Alphabet (Google) valorizou 70 por cento.

Podemos entender que, no final das contas, esse investidor acabou ganhando dinheiro pela inflexão do ativo. A pessoa pode não acertar o melhor momento, mas a valorização do ativo compensa o câmbio mais caro.

Estou convencido. Por onde começar?

Um caminho natural para começar é comprar ETF (exchange traded funds, ou fundo de índice). Além disso, constatar que, neste momento, você é incapaz de selecionar ações uma a uma e comprar uma cesta. Depois, ao longo do tempo, você pode eventualmente escolher as ações internacionais de empresas que você gosta, entendendo o potencial do negócio.

Um ETF interessante para começar é o IVVB11 (principais empresas do mundo). No Brasil, o investidor tem ainda as opções de investir por meio dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts, ou recibos de ações de empresas estrangeiras).

Caso deseje, é possível ainda investir direto nos ETFs lá fora por meio de uma corretora internacional, como a Avenue. A principal vantagem de comprar direto no exterior é o custo mais barato.

Quanto diversificar em ativos internacionais?

Uma carteira deve conter algo em torno de 10 a 30 por cento de investimentos no exterior, de acordo com o perfil de cada cliente. Logicamente, isso dependerá dos objetivos e do momento de vida de cada um. Se você estiver se mudando para fora do país, esse percentual acaba sendo muito maior.

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